Abstract:
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Durante o período de 1970 a 1980, a cidade de Florianópolis vivenciou processos de transformação urbana cujo impacto foi o crescimento da segregação espacial. Isso é identificado pelo direcionamento dos investimentos públicos na rede viária e a localização de serviços públicos e privados em regiões de interesse. O objetivo era tornar a Ilha referência no turismo, com aumento da especulação imobiliária. Neste cenário, alguns setores se posicionaram contra o crescimento urbano, com destaque para o setor cultural e das artes, destacando os artistas plásticos (as) Martinho de Haro, Franklin Cascaes, Ely Heil, entre outros. Tendo o espaço cultural Studio A2, do colunista Beto Stodieck, como ponto de encontro, com exposição de trabalhos que enalteciam o folclore e a vida simples dos moradores locais. Entre os artistas que se destacaram, chama a atenção Valda Costa, mulher negra moradora da região do Morro do Mocotó e autodidata, que representou em suas telas as transformações que alteraram Florianópolis de forma radical. Como se isso não bastasse, esta jovem concede visibilidade aos territórios negros e às populações oriundas destas regiões, que durante o crescimento urbano foram marginalizadas e excluídas de qualquer possibilidade de uma vida melhor. Assim, cabe destacar o papel das artes e dos olhares de artistas plásticos como fonte de pesquisa adicional a estudos que possibilitam identificar as desigualdades sociais e a segregação urbana. |