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O presente trabalho tem como objetivo principal investigar de que forma a cosmovisão do Atlas Catalão é expressa, através dos entrelaçamentos culturais e do fenômeno da translatio studiorum. O Atlas Catalão é um manuscrito produzido pelo judeu Cresques Abraham na ilha balear de Maiorca em 1375. Para isso, preocupamo-nos em compreender a importância das redes de saberes para a constituição do manuscrito de 1375. Observamos a circulação de inúmeros textos no bairro judeu onde a fonte foi produzida. Esses textos foram escritos por judeus, cristãos, árabes-muçulmanos, persas e abordam temas como astrologia, astronomia, medicina, filosofia, entre tantos outros. Além disso, parte desses textos possui forte influência neoplatônica, o que também pôde ser percebido no Atlas Catalão. Em adição, apontamos os indícios que nos permitem afirmar a presença da astronomia e astrologia árabe e indiana que
chegou à fonte devido aos entrelaçamentos culturais e translado dos saberes. Como aporte teórico-metodológico, utilizamos o conceito de hermenêutica imaginativa, de Márcia Schuback e do método iconológico, de Erwin Panofsky. Entre as hipóteses levantadas está a importância da Lua na constituição da cosmologia do Atlas Catalão por esse ser um elemento recorrente na fonte; também a entendemos como um elo entre o macrocosmo (planetas e estrelas) e o microcosmo (a Terra e o ser humano). |
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