Abstract:
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O novo coronavírus, denominado como SARS-CoV-2, foi identificado pela primeira vez
em dezembro de 2019 na cidade de Wuhan, China. Por se tratar de uma doença altamente
contagiosa, rapidamente espalhou-se pelo mundo, e, em 2020, a OMS oficializou como
pandemia mundial. Pacientes com neoplasias são considerados altamente vulneráveis à
doença COVID-19, sujeitos ao desenvolvimento de sintomas graves devido ao efeito
imunossupressor sistêmico. Este trabalho visou apresentar o caso de um paciente
diagnosticado simultaneamente com COVID-19 e leucemia mieloide crônica (LMC).
Paciente do sexo masculino, de 50 anos, deu entrada no hospital com suspeita de
hipoxemia, histórico de astenia e emagrecimento de 6 kg em três meses. O paciente
apresentou RT-PCR positivo para SARS-CoV-2, entretanto, o hemograma apresentava
leucocitose intensa de 300.920 mm³, neutrofilia com desvio à esquerda e presença de
células imaturas. A tomografia de tórax indicou 50% de acometimento pulmonar e
esplenomegalia. Durante a internação, o paciente desenvolveu síndrome respiratória
aguda grave (SRAG), e tratou um quadro de pneumonia bacteriana simultaneamente com
tratamento com hidroxiuréia para a redução da leucometria. O exame nested RT-PCR
identificou a presença da translocação BCR-ABL p210 t(9;22)(q34;q11), o que tornou o
paciente elegível ao tratamento com imatinibe. O paciente teve uma boa evolução,
recebeu alta hospitalar e segue em tratamento no atendimento ambulatorial com o uso de
imatinibe. |