Representatividade das Regiões Fitoecológicas nas Unidades de Conservação de Proteção Integral do Estado de Santa Catarina. Estamos realmente protegendo nossa biodiversidade?

Abstract

O presente trabalho tem por principal objetivo refletir sobre a retrospectiva histórica da gestão da biodiversidade no estado catarinense e verificar quais foram suas contribuições para manter a integridade dos ecossistemas naturais ao nível das três esferas de governo, a federal, estadual e municipal. A metodologia utilizada foi baseada na análise documental, realizada por meio de um “garimpo” extenso de dados sobre as políticas de biodiversidade empregadas no estado de Santa Catarina através de informações divulgadas dos órgãos ambientais oficias competentes e de polígonos georreferenciados (shapesfile) disponibilizados pelo projeto MonitoraSC (VIBRANS et al., 2020) e o Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina (IFFSC) no intuito da construção de mapas sobrepostos. A análise dos dados permitiu a construção de um diagnóstico, o qual, possibilitou sugerir formas para melhorar a gestão da biodiversidade do território catarinense. O estudo indicou que, nos últimos dez anos (2010 a 2020), não houve criação de novas Unidades de Conservação de proteção integral federais e estaduais, enquanto que, houve a implementação de novas Unidades de Conservação de proteção integral municipais com áreas protegidas de menor dimensão especial. O estado catarinense apresenta baixa cobertura de áreas protegidas ao longo de sua extensão territorial o que resulta em baixa proteção integral relacionada em cada região fitoecológica presente no estado. Além disso, notou-se irregularidades como urbanização, áreas agrícolas e reflorestamento dentro das áreas protegidas existentes. Por fim, sugere-se uma melhoria na gestão ambiental, possibilitando mais efetividade (i), monitoramento da biodiversidade maior (ii), fiscalização ambiental e (iii) controle nas Unidades de Conservação de proteção integral existentes em Santa Catarina e também, a realização de estudos e análises estratégicos para a criação de novas Unidades de Conservação de proteção integral no estado.

The main objective of the present work is to reflect on the historical retrospective of biodiversity management in the state of Santa Catarina and to verify its contributions to maintaining the integrity of natural ecosystems at the level of the three government branches. The methodology used was based on documentary analysis, conducted through an extensive "mining" of data on biodiversity policies employed in the state of Santa Catarina through information released by official environmental agencies and georeferenced polygons (shapesfile) provided by the MonitoraSC project (VIBRANS et al., 2020) and the Floristic Forest Inventory of Santa Catarina (IFFSC) in order to build overlapping maps. The data analysis allowed the construction of a diagnosis, which made it possible to suggest ways to improve the management of biodiversity in the territory of Santa Catarina. The study shows that, in the last decade (2010 to 2020), there was any creation of neither, federal or state full-protection Conservation Units, while there was the implementation of some new municipal full-protection Conservation Units, with protected areas of a smaller special dimension. The state of Santa Catarina has low coverage of protected areas throughout its territorial extension, which results in a low integrative protection, related to each phytoecological region present in the state. Moreover, it was noted irregularities such as urbanization, agricultural areas and reforestation within the existing protected areas. Finally, an improvement in environmental management is suggested, (i) monitoring of greater biodiversity (ii), environmental inspection and (iii) control in the existing full protection Conservation Units in Santa Catarina and also, the realization of strategic studies and analyses for the creation of new full protection Conservation Units in the state.