Abstract:
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Ao observarmos a composição dos trabalhadores professores que atuam na educação infantil, logo constatamos que nesta etapa da educação básica, o corpo docente é predominantemente feminino. A presença do pedagogo homem na educação infantil ainda consiste em um desconforto na sociedade, pois há um senso comum de que este é um lugar de trabalho quase que exclusivamente para o sexo feminino. Predomina a visão do cuidar, quase como única função dessa etapa, e o entendimento dessa função como a extensão do lar e atribuição para as mulheres. O objetivo deste trabalho foi compreender a relação estabelecida entre a docência do sexo masculino na educação infantil, mercado de trabalho e a questão de gênero. Almejou-se ainda mapear a ocupação dos professores homens na educação infantil e refletir a respeito das causas relacionadas a falta desses profissionais nesta etapa. Os procedimentos metodológicos adotados foram estudos de produções acadêmicas acerca das questões de gênero, transformações do mundo do trabalho e características do trabalho docente e mapeamento quantitativo de dados do Censo da Educação da Educação Básica divulgados pelo INEP/MEC no recorte temporal de 2010 a 2021. Entre os resultados alcançados estão: as análises a respeito dos sistemas e organizações sociais no mundo do trabalho, mesmo passados uma década e muitos avanços dos debates das questões de gênero, isso não foi suficiente para alterar o quadro de docentes homens na educação infantil; a média de pedagogos atuando na educação infantil foi de 4% comparado com o número de mulheres; os homens docentes atuando nesta etapa ainda carregam consigo discriminações e representações devido ao fato da profissão ser considerada socialmente feminina e a sociedade ser permeada de preconceitos quanto a questão de gênero no mercado de trabalho. |