Abstract:
|
Introdução: A principal complicação de paciente com hipertensão portal é a hemorragia varicosa. Para evitá-la, seja episódio inicial ou episódio subsequente, existem profilaxias. A ligadura elástica das varizes esofágicas (LEVE) por meio de endoscopia, junta ou alternativamente ao uso de betabloqueador não seletivo, é a principal delas.
Objetivos: Conhecer o perfil clínico dos pacientes submetidos à LEVE em um hospital terciário de Santa Catarina.
Métodos: Estudo epidemiológico transversal com análise de prontuários eletrônicos e físicos dos pacientes submetidos à LEVE no Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Tiago entre janeiro de 2016 e agosto de 2022, com análises clínica e endoscópica.
Resultados: A amostra contém 258 pacientes, composta majoritariamente por homens, com idade entre 40 e 59 anos, cirróticos, de etiologia alcoólica isolada, seguida de hepatite C e doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA). A maioria apresenta disfunção hepática classificada como Child-Pugh A, com fator agressor hepático ainda presente na sessão endoscópica inicial, em uso de betabloqueador e que realiza LEVE como profilaxia secundária. O indivíduo ser do sexo masculino não se correlacionou com a persistência do fator agressor hepático. A maioria também apresentou varizes de grosso calibre e com sinais da cor vermelha. A maior parte da casuística apresentava também gastropatia hipertensiva portal (GHP), mas não possuía varizes gástricas. Não se viu associação entre maior grau de disfunção hepática e piores desfechos endoscópicos. Os achados endoscópicos iniciais de sinais da cor vermelha e varizes gástricas foram mais frequentes nos pacientes que realizaram LEVE como profilaxia secundária.
Conclusões: Os pacientes eram majoritariamente homens, de 40 a 59 anos, cirróticos – principalmente por etiologia alcoólica, hepatite viral e DHGNA, possuíam grau de disfunção hepática Child-Pugh A, usavam betabloqueador no momento da primeira sessão de ligadura e realizavam LEVE como profilaxia secundária. |