Abstract:
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O organismo humano abriga uma quantidade grandiosa de microrganismos
simbióticos em seu trato gastrointestinal. Contudo, alterações na homeostase
microbiótica acabam por permitir o crescimento anormal de microrganismos
patogênicos associados a diversas doenças, incluindo as gastrointestinais e
hepáticas. A fagoterapia, uso de vírus bacteriófagos para tratar infecções bacterianas,
tem despertado um renovado interesse devido à diminuição da eficácia dos
antibióticos e avanços na compreensão da microbiota humana. Essa terapia
demonstra efeitos imunomoduladores e bactericidas contra as bactérias-alvo, sendo
explorada principalmente no tratamento de doenças gastrointestinais, como cólera e
diarreia. Além disso, estudos têm investigado seu potencial em doenças não
transmissíveis, como doença de Crohn, colite ulcerativa, câncer colorretal e doença
hepática gordurosa não alcoólica. A terapia fágica visa controlar o crescimento
anormal de microrganismos patogênicos associados a essas doenças, combatendo
patógenos resistentes a antibióticos e restaurando a homeostase microbiótica. É uma
abordagem terapêutica direcionada, utilizando bacteriófagos que infectam
especificamente as bactérias patogênicas, minimizando desequilíbrios microbióticos.
Nesta revisão, avaliamos o potencial uso terapêutico de bacteriófagos na diminuição
da colonização intestinal com bactérias patogênicas causadoras de disbiose, assim
como, estudos que verificaram a segurança e eficácia para essa terapia, sendo
possível alcançar resultados promissores quanto ao futuro tratamento de infeções
bacterianas intestinais. |