dc.description.abstract |
O acidente ocorrido na Lagoa da Conceição em janeiro de 2021 envolvendo a Companhia Catarinense de Água e Saneamento (CASAN), apenas expôs de maneira dramática o descaso que o ecossistema já vinha sofrendo há décadas. O objetivo desse trabalho foi analisar o que já havia sido produzido sobre a Lagoa da Conceição pré acidente em trabalhos acadêmicos e matérias jornalísticas, além de elucidar como ocorreu parte do diálogo entre os órgãos fiscalizadores ambientais e a Companhia envolvida através de documentos legais disponibilizados no site da Fundação Municipal do Meio Ambiente (FLORAM). Sendo assim, foi possível constatar que mesmo antes dos anos 2000, teses e dissertações mostravam a importância de se preservar o local, principalmente por estar envolto a cinco Unidades de Conservação (UC), assim como a fragilidade desse sistema estuarino, que tende a depositar substâncias. Em contrapartida, há registros do rápido crescimento populacional local já na década de 80, onde moradores tradicionais foram perdendo espaço e o esgotamento sanitário não foi capaz de acompanhar tamanha expansão imobiliária, tornando inviável atividades econômicas como a pesca. Todo esse processo foi marcado por manifestações de moradores, pescadores, cientistas e foi supervisionado pelos jornais locais, formando um registro histórico do descaso que já estava ocorrendo na Lagoa. Portanto, se há interesse de uma parcela significativa da sociedade em preservar o local, produção acadêmica mostrando a importância do ecossistema e leis ambientais vigentes para colocar isso em prática, o que pode estar faltando para Lagoa da Conceição é ser mais bem administrada pelos órgãos fiscalizadores e ser tratada com a legítima seriedade pelas empresas prestadoras de serviço. |
pt_BR |