Abstract:
|
O presente trabalho visa contribuir para a discussão em torno das manifestações afro-religiosas desempenhadas na cidade de Porto Alegre que, circunscrita na lógica do tráfico de escravos interprovincial, aparece enquanto uma cidade negra no século XIX. Para evidenciar a presença negra na cidade foram combinadas diferentes escalas de observação, como censos e mapas populacionais, relatos de viajantes, periódicos e documentos policiais. Na década de 1850 observamos através de despachos policiais a remoção dos cultos afro-religiosos da região central da cidade e, por meio da imprensa, identificamos a repressão policial às casas religiosas de matriz africana. Em contraponto ao afastamento dos cultos do centro da cidade e da repressão policial à manifestações afro-religiosas públicas ou particulares, nos deslocamos à atualidade para evidenciar o assentamento do Orixá Bará do Mercado Público como uma resistência religiosa, dada a relevância histórica e cultural deste patrimônio imaterial tombado pelo município que se encontra em um dos principais patrimônios de Porto Alegre, o Mercado Público. |