Abstract:
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Com o aumento da visibilidade de indivíduos transgêneros ou com diversidade de
gênero em todo o mundo é provável que profissionais da saúde sejam cada vez mais
solicitados para interpretar resultados laboratoriais comuns de pessoas que recebem
terapia hormonal de afirmação de gênero. Por isso, é de extrema importância realizar
o acompanhamento adequado dos indivíduos transgêneros ou com diversidade de
gênero, sendo necessário o ajuste de intervalo de tempo entre as avaliações para
monitorar o desenvolvimento das características sexuais, identificar efeitos adversos
e possíveis alterações significativas nos parâmetros laboratoriais. O presente trabalho
tem como objetivo analisar o intervalo de referência em exames laboratoriais e outros
riscos em indivíduos transgênero ou com diversidade de gênero. A idade dos
indivíduos trangênero ou com diversidade de gênero estudados eram a partir da
puberdade, 8 anos, até adultos, 55 anos. Os resultados encontrados para indivíduos
transgênero ou com diversidade de gêero estão relacionado com alterações de
parâmetros hematológicos, alterações bioquímicas, a qual incluem perfil lipídico,
enzimas hepáticas, creatinina, eletrólitos e ferritina, também foram expostos os
resultados referentes a evento tromboembólicos, alterações fisiológicas e densidade
mineral óssea. Todos esses parâmetros avaliados foram comparados com grupos
controle ou com intervalos de referencia de indivíduos cisgêneros. Dado que as
mudanças nas concentrações de esteroides sexuais, composição corporal e valores
laboratoriais comuns começam a ocorrer dentro de 3 meses após a terapia hormonal
de afirmação de gênero, todos os estudos recomendam que, uma vez que um
indivíduo tenha iniciado a terapia, o intervalo de referência a ser utilizado deve ser a
de afirmação de gênero de escolha do indivíduo (feminino ou masculino), exceto para
testes dependentes de órgãos específicos do sexo de nascimento. Contudo, a ideia
de desenvolver intervalos de referência específicos, levando em conta fatores como a
identidade de gênero, terapia hormonal e outros aspectos relacionados à saúde
desses indivíduos deve ser mais estudada, visto que isso garantirá uma melhor
adequação dos cuidados médicos e um tratamento mais preciso e inclusivo para essa
população. |