Abstract:
|
A relação centro-periferia, desde o momento em que foi introduzida na economia
política internacional, tem seus termos constantemente atualizados. Compreender
essa relação tornou-se importante para encontrar caminhos para a superação do
subdesenvolvimento, elemento estrutural do capitalismo histórico. Um momento
importante de inflexão que impactou demasiadamente nessa dinâmica foi a crise de
acumulação fordista no final da década de 60 e a mudança para uma acumulação
flexível. O capital monetário concentrado passou a ser universal. A esfera financeira
surgiu da produção e explodiu. A periferia não ficou de fora da equação e passou a
se posicionar como demandante do abundante capital financeiro, contratando
empréstimos com taxas de juros inexistentes e recebendo diversos investimentos
externos, usando sua dívida pública. Esse endividamento externo tornou-se o
ponto-chave para entender o impacto da financeirização na periferia. A explosão da
dívida externa nos anos 80 deixou os países em desenvolvimento de joelhos perante
o capital rentista do centro, o estrangulamento de suas economias transformou a
relação entre o norte e o sul, estreitando os caminhos para superar o
subdesenvolvimento. Este trabalho tem como objetivo compreender de que forma a
esfera financeira impacta a relação periférica com os países centrais, apresentando
as perspectivas de Chesnais, do Estruturalismo Latino-americano e da Economia
Política do Sistema-Mundo quanto ao tema. |