Abstract:
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A Doença Renal Policística (DRP) é caracterizada por ser uma doença autossômica dominante que acomete gatos da raça Persa e raças oriundas do seu cruzamento, onde o parênquima renal é substituído por cistos. O diagnóstico é feito através de exames de imagem, principalmente a ultrassonografia abdominal. O tratamento é voltado para reduzir os sinais clínicos ou complicações resultantes da presença dos cistos nos rins, que é semelhante à presença de Insuficiência Renal Crônica (IRC). Os pseudocistos perinéfricos são caracterizados pelo acúmulo de líquido ao redor de um ou ambos os rins, em região subcapsular ou extracapsular. O diagnóstico presuntivo se dá através do exame ultrassonográfico, que pode ser associado à coleta do material guiado por ultrassom para definir qual a característica do líquido. A conduta terapêutica consiste na remoção cirúrgica total ou parcial da cápsula renal. Sendo assim, objetivou-se relatar o caso de um felino, Persa, de 8 anos de idade, já diagnosticado com Doença Renal Policística, atendido em um Hospital Veterinário em Navegantes - SC, apresentando sinais de polaciúria, constipação intestinal e distensão abdominal há aproximadamente 1 semana. Em radiografia abdominal foi evidenciado nefromegalia esquerda com margens onduladas. Em ultrassonografia abdominal foi visualizado alterações multifocais em rim direito compatível com cistos e em rim esquerdo com alterações sugestivas de pseudocisto perinéfrico. Foi realizada a drenagem do conteúdo guiada por ultrassom e enviado para citologia, tendo como resultado inflamação piogranulomatosa discreta sugestivo de cisto inflamado. Após 5 dias, a paciente retornou para realização do procedimento cirúrgico. Previamente uma nova radiografia foi realizada, mostrando uma nova formação em rim esquerdo. O exame de sangue pré-operatório caracterizou aumento dos níveis de creatinina (2,04 mg/dL) e de ureia (120,00 mg/dL), não havendo outras alterações laboratoriais. O procedimento cirúrgico iniciou com a tentativa de realizar a capsulectomia unilateral do rim esquerdo, contudo, devido a intensa aderência da cápsula ao rim, e visto que haveriam muitos danos ao órgão, optou-se por realizar a nefrectomia unilateral do rim esquerdo. O mesmo foi encaminhado para exame histopatológico, que teve como resultado parênquima renal com dilatações císticas de tamanhos variados, nefrite intersticial e degeneração tubular. A terapêutica incluiu amoxicilina com clavulanato de potássio, cloridrato de tramadol, meloxicam e cobavital. As recomendações foram de realizar a retirada do curativo cirúrgico 5 dias após o procedimento, realizar a limpeza da ferida com solução fisiológica e retornar para a retirada dos pontos em 15 dias. Conforme o recomendado, a paciente retornou para retirar os pontos e repetir os exames de sangue e ultrassonografia abdominal, para controle e acompanhamento. Até o presente momento a paciente encontra-se estável, sem alterações clínicas. |