Abstract:
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O objeto deste trabalho é relação entre economia e escravidão na freguesia de São José nas três primeiras décadas do século XIX. Procurou-se observar, a partir dos batismo de africanos, mapas de população e registros da exportação de gêneros alimentícios, sobretudo a farinha de mandioca, como evoluiu o contingente demográfico de escravizados nesta comunidade em uma conjuntura em que o mercado interno expandia-se rapidamente criando oportunidades de capitalização para as unidades produtivas no litoral catarinense através da aquisição de trabalhadores cativos. Neste sentido, este trabalho acompanhou o caminho apontado por outras pesquisas sobre o tema da escravidão em Santa Catarina que puseram em evidência o emprego difundido destes trabalhadores nas pequenas e médias lavouras ligadas ao abastecimento interno e o potencial deste comércio de dinamizar esta economia. A análise cruzada destes dados indica que este momento econômico particularmente favorável, sobretudo a partir da segunda década do Oitocentos, coincidiu com uma expansão significativa no número de escravizados na freguesia, expansão que superou mesmo o crescimento populacional dos livres em São José, apontando, assim, para uma grande demanda e emprego de trabalhadores cativos pelas lavouras da região. |