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O pólen apícola e o mel são produtos naturais produzidos pelas abelhas. O pólen é
essencial para o desenvolvimento das colônias, contendo aminoácidos, vitaminas e minerais e
apresenta propriedades antioxidantes. O mel, além de ser uma fonte de glicose, frutose e sais
minerais, possui propriedades antimicrobianas, sendo alternativas na prevenção de Doenças
Transmitidas por Alimentos. Neste trabalho, foi avaliado o potencial antimicrobiano de
amostras de pólen e mel, coletadas em colônias de Melipona quadrifasciata, em Florianópolis
e Santa Rosa de Lima (SC). Foram realizados testes de difusão em ágar e microdiluição em
placa para avaliar a atividade frente a Bacillus cereus, Listeria monocytogenes,
Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Salmonella Typhimurium, Pseudomonas aeruginosa
e Candida albicans. O pólen coletado em Florianópolis, apresentou concentração inibitória
mínima (CIM) para S. aureus, B. cereus (0,125 g/mL), L. monocytogenes, P. aeruginosa, S.
Typhimurium (0,250 g/mL) e E. coli (0,500 g/mL). Enquanto o pólen coletado em Santa Rosa
de Lima, apresentou efeito somente frente a S. Typhimurium (0,250 g/mL) e B. cereus (0,125
g/mL). Pelo método de microdiluição, as CIMs determinadas foram menores que pelo método
de difusão em ágar, resultando em concentrações mais baixas para inibir o desenvolvimento:
S. Typhimurium, L. monocytogenes, S. aureus, C. albicans (0,048 g/mL), P. aeruginosa
(0,048 - 0,015 g/mL), B. cereus e E. coli (0,156 g/mL). A concentração bactericida mínima
(CBM) das amostras de pólen foram determinadas para E. coli, S. aureus (0,156 g/mL), L.
monocytogenes, S. Typhimurium e P. aeruginosa (0,048 g/mL), enquanto que B. cereus e C.
albicans não foram eliminados pelo método testado. O mel coletado em Florianópolis, não
apresentou potencial antimicrobiano, pelo método de difusão em ágar, para os
micro-organismos estudados. O proveniente de Santa Rosa de Lima apresentou efeito em E.
coli e S. aureus (1,3 g/mL) e P. aeruginosa (0,650 g/mL). Pelo método de microdiluição,
ambas as amostras apresentaram efeito antimicrobiano, sendo em ordem crescente
sensibilidade P. aeruginosa (0,003 g/mL), E. coli, S. aureus (0,012 g/mL), C. albicans, S.
Typhimurium (0,039 g/mL) e L. monocytogenes (0,406 g/mL). B. cereus não foi inibido pelas
amostras de mel nos métodos testados. A CBM foi a mesma, independente da origem dos
meis, para P. aeruginosa (0,126 g/mL), E. coli, S. aureus, S. Typhimurium (0,406 g/mL). L.
monocytogenes só foi eliminada pela amostra proveniente de Santa Rosa de Lima (0,406
g/mL). B. cereus e C. albicans também não apresentaram resposta às amostras de mel
avaliadas. Este estudo amplia o conhecimento sobre as propriedades antimicrobianas de mel e
pólen de abelhas sem ferrão, ressaltando sua relevância na busca por alternativas
antimicrobianas em produtos apícolas, bem como da valorização dos produtos de abelhas
nativas, além de desempenharem um papel extremamente importante para a manutenção das
espécies da flora nativa e na produção de alimentos. |
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