Abstract:
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A história humana sempre teve uma relação estreita com a natureza, utilizando plantas para alimentação, cura e rituais. No Brasil, a rica biodiversidade e tradições culturais fazem do uso de plantas medicinais uma prática comum. No entanto, o uso dessas plantas enfrenta desafios como a falta de regulamentação e o risco de uso indevido, que podem causar reações adversas. Garantir a qualidade das plantas medicinais é essencial, mas difícil devido à apresentação do produto e à confusão entre espécies com nomes populares semelhantes. Este estudo foca no controle de qualidade da malva no Brasil, destacando a importância da identificação correta das espécies e a desconstrução da ideia de que produtos naturais são sempre seguros. O farmacêutico tem um papel crucial na promoção do uso seguro dessas plantas.
A fim de avaliar a qualidade da malva comercializada em estabelecimentos de produtos naturais na região central do município de Florianópolis - SC, Brasil, foi realizada a análise experimental de 10 amostras de malva em comparação com a espécie oficial no Brasil, Malva sylvestris, conforme a monografia constante na Farmacopeia Europeia (2013). Os testes de análise macroscópica, microscópica, cromatografia em camada delgada, índice de cinzas totais e índice de intumescência revelaram que, apesar de que alguns parâmetros estivessem dentro do estabelecido pela farmacopeia, a maioria das amostras comercializadas eram de outras espécies da família Malvaceae, Sida cordifolia e Waltheria rotundifolia.
Essa pesquisa destaca a importância de medidas de controle de qualidade para garantir a integridade e a eficácia dos produtos à base de plantas medicinais, bem como a necessidade de inclusão de outras espécies de malva de uso popular no Brasil na farmacopeia brasileira, e também destaca a importância da conscientização e educação contínua dos consumidores sobre as questões relacionadas à segurança e qualidade desses produtos. |