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Neste trabalho, se analisa por meio dos jornais “O Estado”, “Diário da Tarde” e “Correio
Lageano”, as eleições de 1954 para o Senado Federal realizadas em Santa Catarina. A família
Ramos, oligarquia política e latifundiária estabelecida na região serrana, dividiu-se em três
candidaturas para disputar duas vagas disponíveis. Primos e aliados, Nereu Ramos, do Partido
Social Democrático (PSD) e Saulo Ramos, do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB),
concorreram representando a coligação Aliança Social Trabalhista. Do outro lado, rompido
politicamente com a oligarquia, Aristiliano Ramos, primo de Nereu e tio de Saulo,
candidatou-se representando a União Democrática Nacional (UDN), agremiação partidária
liderada pela oligarquia Konder-Bornhausen, que expressava os interesses dos industriais
assentados nas regiões do Vale do Itajaí e Norte de Santa Catarina. No curso deste processo
eleitoral, houve o suicdio de Getúlio Vargas, então presidente da República e aliado da família
Ramos. A propaganda política no período eleitoral, feita a partir de jornais com circulação
estadual, que expressavam as posições partidárias para o grande público, foi fortemente
marcada pela instrumentalização da morte de Vargas pelas forças oligárquicas que
rivalizavam pelo poder em Santa Catarina desde a Primeira República. |
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