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Com a expansão da energia eólica no Brasil, torna-se imprescindível o gerenciamento
adequado dos resíduos gerados pelo descomissionamento de parques eólicos, em especial das
pás de aerogeradores, cuja vida útil varia entre 20 e 25 anos. Apesar de sua relevância para a
geração de energia através da força dos ventos, observa-se uma lacuna significativa na
regulamentação e normativas específicas para a destinação final dessas estruturas no país.
Este trabalho visa compreender e analisar as metodologias de destinação de pás de
aerogeradores no Brasil realizando um diagnóstico da situação atual. A pesquisa baseou-se em
dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para estimar a quantidade de pás
em operação no Brasil, entrevistas com empresas do setor eólico e visita a empreendimento
especializado no gerenciamento de aterros industriais. Também incluiu uma revisão
bibliográfica sobre diferentes abordagens de destinação como aterros, reciclagem, reutilização
e repotenciação. Os resultados destacam que os aterros industriais ainda são a opção mais
predominante, devido a simplicidade e operacionalidade. Alternativas como reciclagem
térmica e mecânica, embora promissoras, ainda carecem de viabilidade em larga escala no
Brasil. A reutilização de pás em projetos arquitetônicos e de infraestrutura, já adotada em
outros países, é vista como uma solução inovadora, mas ainda não implantada no contexto
nacional. Por fim, a repotenciação, uma prática que prolonga a vida útil das pás através de
reparos, contudo requer planejamento técnico e logístico para garantir sua eficiência
operacional. Dessa forma, constata-se que o desenvolvimento de políticas específicas,
investimentos em tecnologias de reciclagem e maior engajamento das empresas do setor
eólico são fundamentais para uma gestão sustentável e alinhada aos princípios da economia
circular no Brasil. |
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