Inequalities in knowledge production: Brazil-Germany scientific collaboration in bioeconomy

Abstract

Esta tese examina como as relações Norte-Sul se manifestam na colaboração científica entre Brasil e Alemanha em bioeconomia. Apresentando indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), analisando a trajetória da cooperação científica em bioeconomia e utilizando dados quantitativos e qualitativos sobre a colaboração científica entre Brasil e Alemanha, investiga as desigualdades nessa colaboração. Com base na literatura sobre cooperação Norte Sul, o estudo propõe uma categorização das desigualdades (infraestrutura de pesquisa, divisão de tarefas, definição de agendas, aplicação do conhecimento e oportunidades comparativas de carreira científica) na colaboração científica, que contextualiza os achados empíricos de entrevistas qualitativas com pesquisadores brasileiros e alemães da área de bioeconomia. Os resultados revelam desigualdades estruturais persistentes que dificultam uma colaboração equitativa, refletindo padrões históricos enraizados na ordem econômica global. Além disso, a promessa da bioeconomia como oportunidade de desenvolvimento permanece difícil de ser concretizada devido a esses desequilíbrios. Apesar dos avanços nas redes internacionais de conhecimento e das mudanças em direção a uma colaboração científica mais horizontal, essas parcerias continuam a reproduzir assimetrias. A colaboração vertical típica entre Norte e Sul ? na qual o país mais pobre contribui menos ou busca apenas recursos financeiros e conhecimento do país mais rico ? não é observada neste caso. Ao contrário, o Sul Global emerge como um ator significativo, fornecendo recursos financeiros, dados, expertise, capital humano e conhecimento. No entanto, os recursos provenientes do Sul continuam a fluir para o Norte, reforçando as assimetrias na produção de conhecimento e limitando a capacidade de agência do Sul na definição dos produtos intelectuais resultantes. Consequentemente, os esforços do Sul Global para melhorar sua posição no sistema internacional podem, inadvertidamente, aprofundar as disparidades existentes.

Abstract: This dissertation examines how North-South relations manifest themselves in scientific collaboration between Brazil and Germany in bioeconomy. By presenting Science, Technology, and Innovation (ST&I) indicators, analyzing the trajectory of scientific cooperation in bioeconomy, and utilizing quantitative and qualitative data on scientific collaboration between Brazil and Germany, it investigates inequalities in research collaboration. Drawing on the literature on North-South collaboration, the study proposes a categorization of inequalities (research infrastructure, task allocation, agenda-setting, knowledge application, and comparative scientific career opportunities) in scientific collaboration that contextualizes empirical findings from qualitative interviews with Brazilian and German bioeconomy researchers. The findings reveal persistent structural inequalities that hinder equitable collaboration, reflecting historical patterns rooted in the global economic order. Moreover, the promise of bioeconomy as a development opportunity remains difficult to realise because of these imbalances. While recent trends show increased links between researchers from the Global North and South, inequalities in scientific collaboration persist, although they appear to have transformed. The typical North-South vertical collaboration?where the poorer country contributes less or merely seeks financial resources and knowledge from the richer country? is not observed in this case. On the contrary, the Global South emerges as a significant contributor, providing financial resources, data, expertise, human capital, and knowledge. However, resources from the South continue to flow to the North, reinforcing asymmetries in knowledge production and limiting the South?s agency in shaping resulting intellectual outputs. Consequently, efforts by the Global South to enhance its position in the international system may inadvertently exacerbate existing disparities.