Title: | A diplomacia cibernética como fonte de poder: uma análise do caso estadunidense e chinês entre 2010 e 2024 |
Author: | Favero, Pedro Henrique Paulette |
Abstract: |
O início do século XXI se deu de forma concomitante com os avanços das tecnologias da informação e a popularização da internet. Estas novas tecnologias trouxeram oportunidades e vulnerabilidades para a sociedade civil e aos estados. Neste contexto, o espaço cibernético foi considerado um local de disputa por excelência das nações. O avanço constante das tecnologias da informação trouxe também nos últimos anos um conceito novo a essa discussão: a diplomacia cibernética. Este conceito faz referência a qualquer atividade diplomática que tenha como foco a agenda relacionada ao espaço cibernético e suas peculiaridades. Além disso, destaca-se a relação entre a diplomacia cibernética e o smart power, através da sua possível utilização nas dimensões hard ou soft do poder. Assim, o objetivo central desta dissertação é entender como a ciberdiplomacia é instrumentalizada em termos de poder para EUA e China internacionalmente. Estes países foram escolhidos por serem atualmente os atores mais poderosos do sistema internacional. Para tanto, utilizou-se o método hipotético-dedutivo, partindo da hipótese de que a ciberdiplomacia é utilizada como fonte de poder pelos EUA para manter status quo hegemônico no ciberespaço, enquanto para a China como forma de questionar a hegemonia dos EUA no ciberespaço. O trabalho baseou-se principalmente em fontes primárias dos países sobre o tema da cibernética entre 2010 e 2024. A análise documental demonstrou que a hipótese se mostrou verdadeira, com ambos os países entendendo a diplomacia cibernética como questão relevante relacionada ao interesse nacional. É possível notar uma preocupação ativa dos EUA em garantir que os princípios liberais continuem a vigorar no espaço cibernético, além de uma formação clara de alianças, identificação de inimigos e criação de capacidades cibernéticas com bases ideológicas. O país também utiliza a ciberdiplomacia como fonte de smart power. Já a China não delimita alianças ou inimigos de forma clara e nem condiciona a criação de capacidades cibernéticas a aceitação de uma determinada ideologia. A análise indica que a China não utiliza a ciberdiplomacia como fonte de smart power, mas apenas na dimensão soft. De qualquer forma, a diplomacia cibernética para a China se demonstra como uma ferramenta cuidadosa de minar o consenso liberal do ciberespaço, através da valorização da soberania cibernética, reforma do sistema de governança da internet e da limitação das liberdades individuais em favor do bem comum e segurança nacional. Abstract: The beginning of the 21st century coincided with advancements in information technologies and the popularization of the internet. These new technologies brought both opportunities and vulnerabilities to civil society and states. In this context, cyberspace has been regarded as a prime arena for competition among nations. In recent years, the continuous advancement of information technologies has also introduced cyber diplomacy as a new concept in that context. This concept refers to any diplomatic activity focused on the agenda related to cyberspace and its peculiarities. Furthermore, the relationship between cyber diplomacy and smart power stands out, through its possible use in hard or soft dimensions of power. Thus, the central objective of this work is to understand how cyber diplomacy is leveraged as a power instrument by the United States and China on the international stage. These countries were chosen because they are currently the most powerful actors in the international system. To achieve this, the study employed the hypothetical-deductive method, based on the hypothesis that cyber diplomacy is used by the United States as a source of power to maintain its hegemonic status quo in cyberspace, whereas China employs it as a means to challenge U.S. hegemony in cyberspace. The research primarily relied on primary sources from both countries concerning cybernetics between 2010 and 2024. The document analysis confirmed the hypothesis, demonstrating that both countries perceive cyber diplomacy as a relevant issue tied to national interests. The United States actively seeks to ensure that liberal principles continue to prevail in cyberspace, forming clear alliances, identifying adversaries, and developing cyber capabilities based on ideological foundations. The country also utilizes cyber diplomacy as a source of smart power. On the other hand, China does not clearly define alliances or adversaries, nor does it relate the development of cyber capabilities to the acceptance of any specific ideology. The analysis indicates that China does not use cyber diplomacy as a source of smart power but only in the soft power dimension. Nonetheless, for China, cyber diplomacy serves as a careful tool to undermine the liberal consensus in cyberspace by emphasizing cyber sovereignty, advocating for the reform of the internet governance system, and limiting individual freedoms in favor of the common good and national security. |
Description: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Sócio-Econômico, Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais, Florianópolis, 2025. |
URI: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/265150 |
Date: | 2025 |
Files | Size | Format | View |
---|---|---|---|
PGRI0146-D.pdf | 1.972Mb |
View/ |