Comparação dos efeitos do treinamento físico combinado realizado no meio aquático e terrestre na função vascular e pressão arterial de pacientes com diabetes tipo 2 (ALED): um ensaio clínico randomizado

Abstract

Este estudo consiste em um ensaio clínico randomizado com dois grupos conduzidos de forma concomitante, que tem como objetivo comparar os efeitos do treinamento físico combinado (aeróbio + força) realizado em meio aquático e em meio terrestre na pressão arterial (PA) clínica e função vascular (FV) de pacientes com diabetes tipo 2. Participaram do estudo adultos e idosos de ambos os sexos, com idade entre 45 e 80 anos, com diabetes tipo 2. O período de intervenção compreende 11 semanas. Os participantes foram randomizados em dois grupos: grupo de treinamento combinado no meio aquático (GA) e grupo de treinamento combinado no meio terrestre (GT), os quais realizaram o treinamento combinado (aeróbio + força) três vezes por semana, em dias alternados, em meio aquático ou terrestre, respectivamente. O treinamento aeróbio, em ambos os meios, foi realizado de forma contínua e com periodização piramidal crescente, com progressão de intensidade (leve à forte), controlada pela percepção subjetiva de esforço (escala de Borg de 6 a 20), enquanto o treinamento de força foi composto por exercícios para os principais grupamentos musculares, utilizando resistência da água no meio aquático e máquinas de musculação no meio terrestre. Antes e após as 11 semanas de treinamento, foram realizadas avaliações da FV, pela técnica da dilatação mediada pelo fluxo (Flow mediated dilation ? FMD), e PA clínica, medida com aparelho automático (modelo HEM-7113, Brasil). Os dados coletados foram analisados por meio de equações de estimativas generalizadas (GEE), seguida do teste post-hoc de Bonferroni. Os resultados obtidos na análise por intenção de tratar indicam que não houve mudanças significativas na PA em nenhum dos grupos ao longo do tempo (p > 0,05). No entanto, foram observadas reduções na taxa de cisalhamento positiva basal (124,5 ± 62,6 sec.-1 vs. 75,6 ± 31,5 sec.-1; p ? 0,001), e na velocidade positiva do fluxo (12,2 ± 4,7 cm/sec vs. 7,5 ± 1,9 cm/sec; p? 0,001) apenas no GT e menores valores de taxa de cisalhamento máxima nesse grupo, independentemente do momento. Esses resultados sugerem que, embora 11 semanas de treinamento combinado realizado em meio aquático ou terrestre não tenham promovido alterações na PA de pacientes com DM2, o protocolo terrestre pode ter induzido adaptações vasculares iniciais.

Abstract: This study consists of a randomized clinical trial with two groups conducted concomitantly, which aims to compare the effects of combined physical training (aerobic + strength) performed in aquatic and terrestrial environments on clinical blood pressure (BP) and vascular function (VF) of patients with type 2 diabetes. Adults and elderly individuals of both sexes, aged between 45 and 80 years, with type 2 diabetes participated in the study. The intervention period consisted of 11 weeks. Participants were randomized into two groups: combined training group in aquatic environment (GA) and combined training group in terrestrial environment (GT), which performed combined training (aerobic + strength) three times a week, on alternate days, in aquatic or terrestrial environment, respectively. Aerobic training, in both environments, was performed continuously and with increasing pyramidal periodization, with progression of intensity (light to strong), controlled by the subjective perception of effort (Borg scale from 6 to 20), while strength training consisted of exercises for the main muscle groups, using water resistance in the aquatic environment and weight training machines in the terrestrial environment. Before and after the 11 weeks of training, VF assessments were performed using the flow-mediated dilation (FMD) technique, and clinical BP, measured with an automatic device (model HEM-7113, Brazil). The collected data were analyzed using generalized estimating equations (GEE), followed by the Bonferroni post-hoc test. The results obtained in the intention-to-treat analysis indicate that there were no significant changes in BP in either group over time (p > 0.05). However, reductions in basal positive shear rate (124.5 ± 62.6 sec.-1 vs. 75.6 ± 31.5 sec.-1; p ? 0.001) and positive flow velocity (12.2 ± 4.7 cm/sec vs. 7.5 ± 1.9 cm/sec; p ? 0.001) were observed only in the TG and lower values of maximum shear rate in this group, regardless of the moment. These results suggest that, although 11 weeks of combined training performed in aquatic or terrestrial environments did not promote changes in BP in patients with T2DM, the terrestrial protocol may have induced initial vascular adaptations.