Mulheres-telas nas mídias sociais e digitais: uma perspectiva interseccional aplicada ao fenômeno social dos filtros de aparência do Instagram

Abstract

O fenômeno social dos filtros de aparência do Instagram, em vigência e replicação na contemporaneidade, atualiza e performa algoritmicamente como representação de ?beleza? os estereótipos branco, magro, jovem e rico estruturados pela sociedade ocidental às mulheres desde século XVI ao século XX. Ao impactar como Tecnologia de Gênero na saúde e no bem- estar das mulheres com consequências na estereotipação de beleza, nas autopercepções imagéticas, nos comportamentos alimentares, na realização de procedimentos estéticos e no racismo algorítmico e recreativo presentes nesta ferramenta. No contexto do Design Digital, a criação de produtos tecnológicos para mídias sociais é uma demanda de atuação profissional que utiliza técnicas conceituais para a fundamentação do contexto social do seu uso e da sua interação na rede, entretanto, esse contexto carrega convenções e vieses sócio-históricos que atravessam os designers, às mulheres e os seus projetos tecnológicos. Já a ferramenta analítica que auxilia a questionar essa problemática é a interseccionalidade, com premissas metodológicas que orientam categorias de análise social e práxis crítica para a mudança paradigmática de fenômenos sociais como os dos filtros de ?aparência? do Instagram, que apresentam em suas representações visuais opressões de gênero, raça, classe, faixa etária e corporeidade e hierarquias e dominações de poder estruturais, disciplinares, culturais e interpessoais. Para tanto, objetiva-se, como práxis crítica nesta pesquisa, uma ação educacional midiática para um caminho teórico e metodológico na construção e na desconstrução de Tecnologias de Gênero nas mídias sociais e digitais, sob a perspectiva crítica da ferramenta analítica da interseccionalidade aplicada ao fenômeno social dos filtros de ?aparência? do Instagram, delimitado aos designers em sua formação profissional, para então conscientização crítica sobre as (muitas) ?Mulheres-telas nas mídias sociais e digitais? e sua posterior produção de imagens, ferramentas e produtos tecnológicos resistentes, saudáveis e responsáveis eticamente para a sociedade em toda a sua diversidade.

Abstract: The social phenomenon of Instagram's appearance filters, in currency and replication in contemporary times, updates and performs algorithmically as a representation of \"beauty\" the white, thin, young and rich stereotypes structured by Western society to women from the sixteenth to the twentieth century. By impacting as Gender Technology on women's health and well-being with consequences in the stereotyping of beauty, imagery self-perceptions, eating behaviors, the realization of aesthetic procedures and the algorithmic and recreational racism present in this tool. In the context of Digital Design, the creation of technological products for social media is a demand for professional performance that uses conceptual techniques to substantiate the social context of their use and interaction on the internet, however, this context carries socio-historical conventions and biases that cross designers, women and their technological projects. The analytical tool that helps to question this problem is intersectionality, with methodological premises that guide categories of social analysis and critical praxis for the paradigmatic change of social phenomena such as Instagram's \"appearance\" filters, which present in their visual representations oppressions of gender, race, class, age group and corporeality, and structural, disciplinary, cultural and interpersonal hierarchies and dominations of power. To this end, it intends to, as a critical praxis in this research, a media educational action for a theoretical and methodological path in the construction and deconstruction of Gender Technologies in social and digital media, from the critical perspective of the analytical tool of intersectionality applied to the social phenomenon of Instagram's \"appearance\" filters, delimited to designers in their professional training, to then critically raise awareness about the (many) \"Women-screens in social and digital media\" and their subsequent production of resistant, healthy and ethically responsible images, tools and technological products for society in all its diversity.