Abstract:
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O diabetes mellitus é uma doença crônica caracterizada pela hiperglicemia, associada a uma deficiência na produção de insulina ou resistência à ação desse hormônio. Há um grande interesse por parte da indústria farmacêutica em desenvolver novos fármacos mais eficazes e de fácil administração para o tratamento do diabetes, devido ao número crescente de indivíduos diabéticos e de mortes ocasionadas por essa doença. A pramlintida, um análogo sintético da amilina, foi desenvolvida inicialmente como tratamento complementar para pacientes com diabetes que não conseguem atingir suas metas de controle glicêmico apenas utilizando a insulina. A amilina é um hormônio co- secretado com a insulina pelas células beta pancreáticas, de papel fisiológico na regulação da saciedade, retardo do esvaziamento gástrico e supressão da secreção de glucagon. A adesão ao uso da pramlintida na clínica é limitada, devido a necessidade de múltiplas injeções subcutâneas diárias, motivando a investigação de vias alternativas para sua administração. Este trabalho de conclusão de curso avaliou o impacto do tratamento com pramlintida administrada pela via intranasal (PRAM i.n.) em comparação à via intraperitoneal (PRAM i.p.), com foco em parâmetros como taxa de esvaziamento gástrico, ingestão alimentar e massa corporal em camundongos. Inicialmente, foi realizado um teste de refeeding para determinar a dose efetiva de cada tratamento, com a liraglutida (LIRA i.p.), um análogo de GLP-1, utilizada como controle positivo. A dose de 200 μg/kg mostrou-se eficaz para o grupo PRAM i.p., enquanto o grupo PRAM i.n. apresentou apenas uma tendência à redução da ingestão alimentar. Todos os tratamentos retardaram significativamente a taxa de esvaziamento gástrico. No entanto, após oito dias de administração diária, nenhum dos grupos tratados com pramlintida apresentou redução significativa na ingestão alimentar ou na massa corporal. Tampouco foram observadas alterações nos níveis de glicose sanguínea ou triacilgliceróis plasmáticos. Embora os efeitos anorexígenos e metabólicos da pramlintida intranasal tenham sido inferiores aos observados com a administração intraperitoneal, os achados sustentam o potencial da via intranasal como alternativa promissora, encorajando o desenvolvimento de novas formulações que melhorem sua biodisponibilidade, de forma a ampliar a aplicabilidade clínica da pramlintida no futuro. |