Avaliação do desempenho da fotoativação de aparelhos utilizados em uma Universidade do Sul do Brasil: um estudo laboratorial.

Abstract

O desempenho dos aparelhos fotopolimerizadores influencia diretamente a qualidade e a longevidade das restaurações em resina composta. Este estudo experimental avaliou o impacto da potência luminosa desses dispositivos, utilizados nas Clínicas Odontológicas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), nos valores de microdureza de amostras de resina composta, considerando dois diferentes tempos de fotoativação. A potência de seis aparelhos distintos da Clínica (modelo EC 500, Ecel) foi mensurada com um radiômetro (LED Radiometer, Kerr). Foram selecionados dois dispositivos: o de maior potência (Grupo A – 550 mW/cm²) e o de menor potência (Grupo B – 150 mW/cm²). Como controle, utilizou-se o fotopolimerizador Valo Cordless (Ultradent – Grupo C, 800 mW/cm²). Foram confeccionadas cinco amostras de resina composta (Vittra APS, cor A2E, FGM) para cada aparelho, com tempos de fotoativação de 20 e 40 segundos, totalizando 30 amostras. Após polimento com lixas d’água de granulações 600 e 1200, os espécimes foram armazenados por 24 horas em água destilada, protegidos da luz, e submetidos ao teste de microdureza (Microdurômetro VH1102 – Wilson Hardness, Buehler), com carga de 100gf durante 15 segundos em três pontos equidistantes. Os dados foram analisados por meio dos testes ANOVA e Bonferroni. Os resultados mostraram diferença estatisticamente significativa nos grupos A e B entre os tempos de 20 e 40 segundos. No Grupo C (Valo), não houve variação significativa. Na comparação entre aparelhos, observou-se diferença estatística entre os Grupos A e B em relação ao Grupo C no tempo de 20 segundos, enquanto, com 40 segundos, todos os grupos apresentaram diferenças entre si. O fotopolimerizador Valo demonstrou valores de microdureza consideravelmente superiores aos aparelhos da UFSC. Conclui-se que a qualidade da fotoativação nas Clínicas Odontológicas da UFSC apresentou resultados desfavoráveis na microdureza devido à queda de potência dos aparelhos da Universidade. Tais resultados reforçam a necessidade de manutenção periódica, ou mesmo substituição dos equipamentos e, também, a necessidade de um estudo clínico para avaliar e comparar a longevidade das restaurações realizadas.

The performance of light-curing devices directly influences the quality and longevity of composite resin restorations. This experimental study evaluated the impact of the light output of these devices, used in the Dental Clinics of the Federal University of Santa Catarina (UFSC), on the microhardness values of composite resin samples, considering two different photoactivation times. The output of six different devices at the Clinic (model EC 500, Ecel) was measured with a radiometer (LED Radiometer, Kerr). Two devices were selected: the one with the highest output (Group A – 550 mW/cm²) and the one with the lowest output (Group B – 150 mW/cm²). The Valo Cordless light-curing device (Ultradent – Group C, 800 mW/cm²) was used as a control. Five composite resin samples (Vittra APS, color A2E, FGM) were prepared for each device, with photoactivation times of 20 and 40 seconds, totaling 30 samples. After polishing with 600 and 1200 grit wet sandpaper, the specimens were stored for 24 hours in distilled water, protected from light, and subjected to the microhardness test (Microhardness Tester VH1102 – Wilson Hardness, Buehler), with a load of 100 gf for 15 seconds at three equidistant points. The data were analyzed using ANOVA and Bonferroni tests. The results showed a statistically significant difference in groups A and B between the times of 20 and 40 seconds. In Group C (Valo), there was no significant variation. When comparing the devices, a statistical difference was observed between Groups A and B in relation to Group C at 20 seconds, while at 40 seconds, all groups presented differences between them. The Valo light-curing unit demonstrated considerably higher microhardness values than the UFSC devices. It was concluded that the quality of photoactivation in the UFSC Dental Clinics presented unfavorable results in microhardness due to the drop in power of the University devices. These results reinforce the need for periodic maintenance, or even replacement of equipment, and also the need for a clinical study to evaluate and compare the longevity of the restorations performed.