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Abstract:
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O presente trabalho analisa como as políticas de ciência, tecnologia e inovação (CT&I)
moldaram, ao longo das últimas décadas, trajetórias radicalmente distintas nas Bases Industriais
de Defesa (BID) de China e Brasil. A investigação adota um estudo comparativo que parte do
fim dos anos 1970, quando ambas as economias exibiam características econômicas e militares
semelhantes, e segue até os dias atuais. Demonstra-se que a China, ao combinar planejamento
estatal contínuo, abertura externa condicionada à transferência de tecnologia e investimento
maciço em P&D, logrou um salto geracional que a projetou à fronteira tecnológica militar
global. No Brasil, cortes orçamentários, liberalização indiscriminada e descontinuidade de
políticas desestruturaram a BID nacional que estava sendo construída e que, apesar de ter alguns
nichos desenvolvidos, permanece dependente de tecnologia estrangeira e estagnada. Conclui se que a autonomia bélica de economias emergentes depende de estratégias de CT&I
sustentadas por um Estado que está constantemente ativo no financiamento e coordenamento
de políticas de longo prazo. |