Cisto linfoepitelial oral: uma revisão de literatura

Abstract

RESUMO

O cisto linfoepitelial oral (CLEO) é uma lesão benigna e rara da mucosa bucal. O objetivo do presente trabalho foi realizar uma revisão de literatura acerca dessa lesão. Para tal, foi realizada uma busca utilizando a chave de busca “cisto linfoepitelial oral” nas bases de dados Pubmed, Scielo e Google Acadêmico, englobando o período de 2010 a 2025. Após aplicação de critérios de elegibilidade, 37 artigos foram excluídos e 23 artigos restaram para extração de dados, que contemplou a patogênese, características clínicas e histopatológicas, e modalidades terapêuticas para a lesão. Assim, analisou-se um total de 311 pacientes e 314 lesões, sendo a patogênese do CLEO ainda incompreendida, com poucos artigos apresentando proposições para o seu desenvolvimento. Os dados analisados não indicaram predileção evidente por sexo e o diagnóstico ocorre, predominantemente, na terceira e quarta décadas de vida (média de 32,4 anos). Clinicamente, o CLEO foi descrito como uma lesão solitária, assintomática, pequena (< 2 cm), de coloração amarelada ou esbranquiçada, que não causava perda de continuidade da mucosa, sendo mais frequente na língua (46,44%). O CLEO pode ser clinicamente confundido com outras patologias, como o mucocele, lipoma e cisto dermoide. Assim, a análise histopatológica foi indicada, sendo descrita usualmente como uma cavidade cística revestida por epitélio escamoso estratificado paraqueratinizado, circundado por tecido linfoide. A biópsia excisional foi o tratamento mais empregado, demonstrando-se curativa, sem evidências de recidiva. Ainda que apresentem caráter benigno, o cirurgião-dentista deve estar atualizado e atento às características clínicas do CLEO para correto diagnóstico e manejo.

Palavras-chave: Cistos; Boca; Doenças Bucais; Diagnóstico Diferencial; Histopatologia.

ABSTRACT

Oral lymphoepithelial cyst (OLLC) is a rare and benign lesion of the oral mucosa. The aim of the present study was to conduct a literature review on this lesion. A search was carried out using the keyword “oral lymphoepithelial cyst” in the PubMed, SciELO, and Google Scholar databases, covering the period from 2010 to 2025. After applying eligibility criteria, 37 articles were excluded, resulting in 23 articles selected for data extraction, which included the pathogenesis, clinical and histopathological characteristics, and therapeutic modalities for the lesion. A total of 311 patients and 314 lesions were analyzed. The pathogenesis of OLEC remains unclear, with few articles proposing mechanisms for its development. The analyzed data showed no evident sex predilection, and diagnosis occurred predominantly in the third and fourth decades of life (mean age of 32.4 years). Clinically, OLEC was described as a solitary, asymptomatic, small lesion (< 2 cm), yellowish or whitish in color, without disruption of the mucosal surface, most frequently located on the tongue (46.44%). OLLC may be clinically confused with other conditions, such as mucocele, lipoma, and dermoid cyst. Thus, histopathological analysis is indicated, typically described as a cystic cavity lined by parakeratinized stratified squamous epithelium, surrounded by lymphoid tissue. Excisional biopsy was the most commonly employed treatment, proving to be curative with no evidence of recurrence. Despite its benign nature, dentists must remain updated and vigilant regarding the clinical features of OLLC to ensure proper diagnosis and management. Keywords: Cysts; Mouth; Mouth Diseases; Differential Diagnosis; Histopathology.