Autistar o mundo: a construção de uma narrativa decolonial para o autismo a partir dos estudos da deficiência e da neurodiversidade

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Autistar o mundo: a construção de uma narrativa decolonial para o autismo a partir dos estudos da deficiência e da neurodiversidade

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Title: Autistar o mundo: a construção de uma narrativa decolonial para o autismo a partir dos estudos da deficiência e da neurodiversidade
Author: Nicolau, Giovanna Caroliny Oliveira
Abstract: Minha pesquisa de mestrado busca construir subsídios teóricos e metodológicos voltados à decolonização da compreensão do autismo, propondo uma abordagem crítica que dialoga com os paradigmas da neurodiversidade, os estudos da deficiência e o feminismo decolonial. Utilizando uma abordagem de revisão bibliográfica narrativa vinculada à organização codificada dos materiais, optou-se pela análise temática de conteúdo para a organização e interpretação dos dados. Os resultados da minha pesquisa se desdobraram em três estudos, cada um com objetivos específicos: (1) Analisar a história da colonização do autismo, traçando sua continuidade desde o Terceiro Reich até sua reconfiguração nos Estados Unidos e Brasil; (2) Investigar como os critérios diagnósticos do autismo contribuem para a sua compreensão como transtorno e como essa visão pode ser ressignificada para a perspectiva da deficiência; e (3) Aproximar a decolonização, os estudos feministas da deficiência e a neurodiversidade com o intuito de neuroqueerizar a sociedade, propondo um entendimento mais inclusivo e emancipatório. Concluí que, ao adotar a decolonização e os estudos da deficiência, da neurodiversidade e do feminismo decolonial como bases epistemológicas, foram construídos conhecimentos que desafiam os paradigmas médicos e patológicos dominantes, promovendo uma visão do autismo como parte integrante da diversidade humana. Essa abordagem permite romper com a histórica patologização do autismo e propõe um reconhecimento mais inclusivo e emancipador das pessoas autistas, destacando a importância da construção de um movimento decolonial que atue na subversão das práticas opressoras que marginalizam e invisibilizam as existências autistas. Contudo, a minha pesquisa enfrenta algumas limitações, principalmente relacionadas à escassez de literatura decolonial diretamente relacionada ao autismo e à dificuldade de acesso a materiais produzidos por autistas, o que limita a profundidade e a representatividade do estudo. Essas fragilidades indicam a necessidade de ampliação da produção de conhecimento autêntico e decolonial no campo da neurodiversidade e das deficiências, especialmente no que tange à participação ativa de pessoas autistas na pesquisa e na construção de narrativas sobre suas próprias vivências e realidades.Abstract: My master's research seeks to build theoretical and methodological foundations aimed at the decolonization of the understanding of autism, proposing a critical approach that engages with the paradigms of neurodiversity, disability studies, and decolonial feminism. Using a narrative bibliographic review approach linked to the coded organization of materials, thematic content analysis was chosen for the organization and interpretation of the data. The results of my research unfolded into three articles, each with specific objectives: (1) Analyze the history of the colonization of autism, tracing its continuity from the Third Reich to its reconfiguration in the United States and Brazil; (2) Investigate how the diagnostic criteria of autism contribute to its understanding as a disorder and how this view can be re-signified through the perspective of disability; and (3) Bring together decolonization, feminist disability studies, and neurodiversity with the aim of neuroqueering society, proposing a more inclusive and emancipatory understanding. I concluded that by adopting decolonization, disability studies, neurodiversity, and decolonial feminism as epistemological foundations, knowledge was constructed that challenges dominant medical and pathological paradigms, promoting a view of autism as an integral part of human diversity. This approach allows for a break from the historical pathologization of autism and proposes a more inclusive and emancipatory recognition of autistic people, highlighting the importance of building a decolonial movement that subverts oppressive practices that marginalize and erase autistic existences. However, my research faces some limitations, mainly related to the scarcity of decolonial literature directly related to autism and the difficulty of accessing materials produced by autistic people, which limits the depth and representativeness of the study. These limitations indicate the need to expand the production of authentic and decolonial knowledge in the field of neurodiversity and disability, especially concerning the active participation of autistic people in research and in constructing narratives about their own experiences and realities.
Description: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2025.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/266251
Date: 2025


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