Abstract:
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Este trabalho analisa a interação entre mudanças climáticas e desigualdade socioeconômica no
Brasil, à luz das contribuições da Teoria do Crescimento e do Desenvolvimento Sustentável. A
pesquisa adota uma abordagem quantitativa, utilizando dados de 5.531 municípios brasileiros
no período de 2014 a 2019. Para mensurar a vulnerabilidade climática, foi utilizado o índice
SPEI (Standardized Precipitation-Evapotranspiration Index), enquanto a vulnerabilidade social
foi representada pela razão entre beneficiários do Programa Bolsa Família (PBF) e vínculos
formais de trabalho, extraídos via consultas SQL em grandes bases públicas e tratados com
rotinas geoespaciais em Python. A metodologia envolveu o cruzamento dessas variáveis para
mapear padrões de sobreposição entre estresse hídrico e dependência de políticas sociais. Os
resultados indicam uma intensificação dos eventos de seca, sobretudo nas regiões Norte e
Nordeste, acompanhada de elevada vulnerabilidade socioeconômica. Houve crescimento
expressivo no número de municípios com seca combinada à alta dependência do PBF,
sinalizando agravamento das desigualdades regionais. Conclui-se que políticas públicas
intersetoriais são essenciais para promover resiliência climática e justiça social, especialmente
nos territórios mais vulneráveis. |