Abstract:
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Nas últimas décadas, os Jogos Olímpicos deixaram de ser apenas celebrações esportivas para se tornarem ferramentas estratégicas. Entre símbolos, performances e discursos cuidadosamente coreografados, os Estados-sede transformaram o evento em plataforma de afirmação política e disputa por legitimidade no cenário global. A comparação entre as edições de Beijing 2008 e Rio 2016 revela dois projetos distintos de inserção internacional: um marcado pela narrativa de ascensão geopolítica da China; outro, pela tentativa brasileira de consolidação como potência emergente. A partir de revisão teórica e análise documental, o estudo examina como cada país instrumentalizou os Jogos para moldar sua imagem diante do mundo. Os resultados apontam para a força simbólica dos megaeventos esportivos, mas também para os limites dessa estratégia quando não sustentada por estabilidade política e coerência narrativa. Para além de eventos atléticos, os Jogos Olímpicos contemporâneos expõem as novas formas de competição entre Estados na era da visibilidade. |