Abstract:
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O presente trabalho investiga a aplicação da teoria da Doença de Baumol
para compreender o aumento do hiato salarial entre médicos e enfermeiros no
Brasil. Parte-se da hipótese de que, em setores intensivos em mão de obra como a
saúde, os ganhos de produtividade são mais lentos, o que leva ao aumento
estrutural dos custos mesmo sem incremento proporcional na oferta de serviços.
Utilizando dados secundários entre 2003 e 2018, a pesquisa analisa a evolução dos
gastos em saúde no país, tanto públicos quanto privados, e os impactos da inflação
setorial sobre os profissionais de saúde. Além disso, examina-se o papel do
desenvolvimento econômico e das tecnologias médicas nesse processo, bem como
os efeitos multiplicadores dos investimentos em saúde. Os resultados apontam para
uma tendência crescente de custos no setor e um desequilíbrio salarial que
compromete a equidade e a sustentabilidade do sistema. Conclui-se que políticas
públicas devem considerar essas dinâmicas para promover justiça distributiva e
eficiência econômica no financiamento e gestão da saúde. |