Contribuições das Ciências Sociais para o estudo do autismo

Abstract

Este trabalho analisa como o autismo vem sendo abordado nas Ciências Sociais, com base em uma revisão crítica de artigos publicados na plataforma SciELO. O objetivo é compreender de que forma o sujeito autista é representado em diferentes contextos sociais, com ênfase no ambiente escolar. A pesquisa identificou que, apesar de existirem contribuições relevantes, ainda são escassos os estudos que tratam o autismo sob uma perspectiva crítica, considerando suas dimensões sociais, culturais e políticas. A análise é fundamentada em autores como Erving Goffman, Émile Durkheim, Pierre Bourdieu e Michael Young, articulados ao referencial teórico presente nos próprios artigos das Ciências Sociais selecionados. Discute-se como normas sociais, estigmas e práticas institucionais moldam as experiências autistas e contribuem para processos de inclusão ou exclusão. O trabalho também destaca formas alternativas de expressão presentes em práticas como a arte, o uso do corpo e linguagens não verbais, que desafiam modelos convencionais de comunicação. Conclui-se que as Ciências Sociais desempenham um papel fundamental na valorização da diferença e na construção de novas formas de compreensão sobre o autismo, contribuindo para o debate sobre inclusão e justiça social.

This work analyzes how autism has been addressed in the Social Sciences, based on a critical review of articles published on the SciELO platform. The objective is to understand how the autistic subject is represented in different social contexts, with an emphasis on the school environment. The research found that, despite some relevant contributions, studies that approach autism from a critical perspective—considering its social, cultural, and political dimensions—are still scarce. The analysis is grounded in authors such as Erving Goffman, Émile Durkheim, Pierre Bourdieu, and Michael Young, in dialogue with the theoretical frameworks presented in the selected Social Sciences articles. The study discusses how social norms, stigma, and institutional practices shape autistic experiences and contribute to processes of inclusion or exclusion. It also highlights alternative forms of expression found in practices such as art, bodily use, and non-verbal languages, which challenge conventional models of communication. The study concludes that the Social Sciences play a fundamental role in valuing difference and in constructing new ways of understanding autism, contributing to the debate on inclusion and social justice.