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Abstract:
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Esse trabalho tem como objetivo analisar, apoiado nos estudos de Ginzburg, motivado pelo estudos bakhtinianos e utilizando a metodologia narrativa de pesquisa — construindo um texto fundamentalmente narrativo — por meio de narrativas escritas por alunos de turmas de fundamental e médio da Penitenciária de Florianópolis, como os sujeitos se relacionam com o ensino e aprendizagem de Língua Portuguesa nesse espaço de privação de liberdade. As experiências do pesquisador que foram relatadas nesse trabalho são derivadas das observações feitas durante três dias diferentes na Penitenciária, experiências estas que transcenderam a sala de aula, pois também houve observação em outros espaços. Como cada uma das duas professoras das turmas observadas estavam presentes em um dia, foram realizadas entrevistas de duas formas diferentes. As narrativas, produzidas em uma aula de Língua Portuguesa trouxeram problemas que também excedem a sala de aula, já que um dos objetivos desse trabalho era conhecer o sujeito privado de liberdade com todas as características que o atravessam e já o atravessaram. Portanto, as narrativas contam com detalhes sobre a vida fora desse espaço, o cotidiano de cada um e o ensino e aprendizagem de Língua Portuguesa, dentro e fora da Penitenciária. As narrativas foram analisadas por meio do Paradigma Indiciário, de Carlo Ginzburg, cotejando, ideia inspirada em Bakhtin (2012), as experiências do pesquisador e as entrevistas realizadas com as professoras. Ao cotejar esses textos e analisá-los, foram identificados indícios que indicavam a presença de alguns elementos estruturais do Paradigma, como: geografia e cronologia e digressões, assim como a proximidade do pesquisador com os autores/alunos e os elementos isomorfos. A análise foi feita pensando nos indivíduos como singulares, com experiências únicas, mas que estão inseridos em um contexto plural e que são afetados e constroem essas experiências em grupo. |
