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A preocupação mundial com relação ao meio ambiente é crescente, e há décadas é
possível acompanhar uma constante demanda para o desenvolvimento de novas
tecnologias visando o tratamento de águas e efluentes, à medida em que a
composição química desses resíduos se torna cada vez mais complexa e de difícil
manejo. Nesse contexto, uma das classes de poluentes mais recorrentes e
problemáticas para tratamento são as espécies iônicas de metais que, em grandes
concentrações promovem danos significativos e duradouros em ecossistemas
terrestres e marinhos. Tendo em vista a importância e necessidade de um
monitoramento eficiente dessas espécies em matrizes aquosas, as bases de Schiff
podem ser introduzidas como uma classe extremamente versátil de compostos que,
dentre suas aplicações, atuam como quimiossensores colorimétricos e
espectrofotométricos. Esses ligantes representam uma alternativa para detecção e
quantificação de íons metálicos, pois possuem maior acessibilidade, alta seletividade
e sensibilidade, diferente de metodologias consolidadas, porém de alto custo, como a
Espectroscopia de Massas com Plasma Acoplado Indutivamente (do inglês, ICP-MS).
Foram empregados neste trabalho os ligantes derivados de isatina: <ISA-TSC=, <Hh=,
<Meh= e <Hr=; e os ligantes do tipo salen: <M01= e <M03=. Os ligantes foram submetidos
a testes primários de degradação, estabilização e ensaios de curva de calibração,
para avaliação de seus desempenhos como potenciais quimiossensores
colorimétricos e espectrofotométricos, submetidos à complexação com as espécies
iônicas Al3+, Fe3+, Cr+3, Zn2+, Cu2+, Co2+, Ni2+, Pb2+, Cl-, NO3- e H3COO-. Obteve-se
resposta colorimétrica com os ligantes <Hh= e <Meh=, ambos para os íons Al3+, Fe3+ e
Cr3+; <ISA-TSA= para Cu2+ e <M01= para Fe3+. Os ligantes <Hr= e <M01= não
apresentaram resposta colorimétrica para os íons metálicos selecionados. Os testes
avaliativos para potencial degradação dos ligantes em solução não indicaram
degradação significativa para <Hh= e <Meh= em DMSO-EtOH, e <ISA-TSC= e <M03= em
DMSO-H2O. Os testes avaliativos do tempo de estabilização da interação entre ligante
e íon indicaram, através da variação da absorbância em função do tempo, que as
reações de complexação dos ligantes <Hh= e <Meh= ocorrem aproximadamente 1h 30
min após a adição do íon, enquanto para os ligantes <ISA-TSC= e <M03=, as reações
estabilizam-se rapidamente. A partir dos ensaios para construção das curvas de
calibração, obteve-se limites de detecção (LD) para os ligantes <Hh= (Al3+) de 2,21x10-
6 mol L-1, e para o <M03= (Fe3+) de 2,56x10-6 mol L-1. Os valores obtidos são menores
que os valores máximos permitidos (VMP) da legislação vigente, ou seja, os ligantes
são capazes de detectar esses íons. Os ensaios também indicaram o ligante <ISATSC=
como potencial quimiossensor espectrofotométrico seletivo para o íon Cu2+.
Para este ligante, obteve-se um limite de detecção (LD) de 3,58x10-6 mol L-1, e um
limite de quantificação (LQ) de 1,19x10-5 mol L-1, que são menores que o VMP
estabelecido pela legislação vigente. |
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