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A crescente demanda global por proteína e os significativos impactos ambientais da
pecuária convencional impulsionam a busca por alternativas sustentáveis, sendo a
carne celular uma inovação promissora por otimizar o uso de recursos, reduzir danos
ambientais e éticos, e garantir a segurança alimentar, apesar dos desafios
econômicos iniciais em sua produção. Nesse contexto, este trabalho teve como
objetivo principal analisar os custos do processamento de linguiça de carne cultivada
bovina, avaliando sua viabilidade econômica e potencial competitivo no mercado
alimentício, por meio da identificação dos principais componentes dos custos e da
comparação com as versões utilizando carne convencional e a proteína de soja, além
de apontar desafios e oportunidades para sua adoção em larga escala. Desde os
primeiros protótipos, os custos já foram reduzidos em até 99%. A metodologia
considerou a formulação de três tipos de linguiça frescal: com 100% carne
convencional (F1), 100% carne e gordura celular (F2) e híbrida (proteína de soja com
30% gordura celular, F3), utilizando um processo de produção baseado em batelada
em escala de 3.500kg de carne destinada à produção de um lote. Para a análise de
custos externos, foi aplicada a Contabilidade de Custos Reais (TCA), mensurando os
impactos nas dimensões de capital natural, social e humano. Os resultados indicam
que o meio de cultura, especialmente os fatores de crescimento, é o principal fator de
custo da carne celular, enquanto a produção de gordura cultivada é significativamente
menos dispendiosa do que a de carne muscular, representando uma vantagem
econômica. Na análise de custos externos, a carne convencional apresenta maiores
impactos ambientais (variando entre $12,30 e $110,07), em comparação à carne
celular ($0,57 a $46,05) e à proteína de soja ($0,31 a $100,05); já os impactos sociais
e humanos revelam complexidades e desafios semelhantes entre as opções. Além
disso, a linguiça híbrida (F3) se destaca como uma ótima estratégia de transição, pois
reduz custos e melhora características sensoriais de produtos à base de plantas,
conciliando sustentabilidade e aceitação do consumidor. Por fim, o estudo conclui que
investimentos contínuos em pesquisa, desenvolvimento e otimização de processos
são essenciais para a consolidação da carne celular no mercado. |
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