Do Telegram ao Instagram: um estudo de antropologia digital sobre a circulação de conteúdo multimodal na machosfera brasileira

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Do Telegram ao Instagram: um estudo de antropologia digital sobre a circulação de conteúdo multimodal na machosfera brasileira

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dc.contributor Universidade Federal de Santa Catarina. pt_BR
dc.contributor.advisor Cesarino, Letícia Maria Costa da Nóbrega
dc.contributor.author Teixeira, Graziela de Souza
dc.date.accessioned 2025-08-11T22:34:18Z
dc.date.available 2025-08-11T22:34:18Z
dc.date.issued 2025-07-11
dc.identifier.uri https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/267296
dc.description TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Antropologia. pt_BR
dc.description.abstract Este trabalho investiga a circulação de conteúdo multimodal entre Telegram e Instagram no contexto da machosfera brasileira, considerando-a como fenômeno inserido em uma ecologia multiplataforma. Por meio de um estudo de caso em antropologia digital, ancorado no paradigma da "ecologia da mente" de Gregory Bateson e na proposta do "mundo do avesso" de Letícia Cesarino, propomos uma representação visual do sistema de pílulas da machosfera articulado ao atrator de Rössler, visando ilustrar o processo de radicalização e a captura de públicos mainstream, simbolizados pela Blue Pill, por forças antiestruturais, simbolizadas pela Red Pill. Sugerimos que a infraestrutura técnica não seja negligenciada, pois é parte relevante dessa ecologia, destacando-se a agência algorítmica, que desempenha papel fundamental na curadoria e entrega de conteúdo em ambientes digitais. Utilizamos como metodologia a combinação de métodos mistos, integrando uma estrutura computacional para a coleta e o armazenamento de dados, além da análise qualitativa antropológica. A pesquisa mapeou 14 grupos e 44 canais associados à machosfera no Telegram, identificando padrões de interação, circulação de conteúdos e o uso estratégico das funcionalidades da plataforma. Destacam-se a longevidade dos chats, a presença de talkatives, usuários mais ativos, e sua participação em outros chats ligados à extrema direita, como os que difundem discursos de ódio, racismo e teorias da conspiração. Um dos principais achados foi o crescimento expressivo do compartilhamento de links do Instagram nos chats da machosfera no Telegram, cuja participação subiu de 6,67% no período total analisado, de setembro de 2015 a maio de 2025, para 9,03% no biênio 2023-2025, alcançando 16,32% nos primeiros meses de 2025. Analisamos qualitativamente uma amostra de 718 links do Instagram e, a partir desses dados exploratórios, sugerimos que a plataforma pode estar operando como um marketplace que conecta a machosfera a uma ampla rede de profissionais e especialistas voltados à monetização de conteúdos, por meio da comercialização de produtos e prestação de serviços. Entre as principais categorias identificadas, destacam-se os profissionais liberais, especialmente das áreas do direito, saúde e bem-estar; conteúdos voltados a relacionamentos e sexualidade; e perfis explicitamente vinculados à machosfera. Conclui-se que, para uma melhor compreensão da machosfera, são necessários esforços interdisciplinares, tanto para investigações localizadas quanto sistêmicas, capazes de integrar diferentes plataformas, a fim de revelar o fenômeno em sua dimensão universal e suas particularidades. pt_BR
dc.description.abstract This study investigates the circulation of multimodal content between Telegram and Instagram in the context of the Brazilian manosphere, considering it as a phenomenon embedded in a multiplatform ecology. Through a digital anthropology case study, anchored in Gregory Bateson's "ecology of mind" paradigm and Letícia Cesarino's "world upside down" proposal, we propose a visual representation of the manosphere's pill system articulated with the Rössler attractor, aiming to illustrate the radicalization process and the capture of mainstream audiences, symbolized by the Blue Pill, by anti-structural forces, symbolized by the Red Pill. We suggest that the technical infrastructure should not be neglected, as it is a relevant part of this ecology, highlighting algorithmic agency, which plays a fundamental role in the curation and delivery of content in digital environments. We used a mixed methods approach, integrating a computational structure for data collection and storage, alongside qualitative anthropological analysis. The research mapped 14 groups and 44 channels associated with the manosphere on Telegram, identifying interaction patterns, content circulation, and the strategic use of platform features. The longevity of chats, the presence of talkatives, more active users, and their participation in other chats linked to the extreme right, such as those spreading hate speech, racism, and conspiracy theories, stand out. One of the main findings was the significant growth in sharing Instagram links in the manosphere chats on Telegram, whose participation increased from 6.67% in the total analyzed period, from September 2015 to May 2025, to 9.03% in the 2023-2025 biennium, reaching 16.32% in the first months of 2025. We qualitatively analyzed a sample of 718 Instagram links and, based on these exploratory data, suggest that the platform may be operating as a marketplace connecting the manosphere to a wide network of professionals and specialists focused on content monetization through the commercialization of products and provision of services. Among the main categories identified, self-employed professionals stand out, especially in the areas of law, health, and wellness; content focused on relationships and sexuality; and profiles explicitly linked to the manosphere. We conclude that, for a better understanding of the manosphere, interdisciplinary efforts are necessary, both for localized and systemic investigations, capable of integrating different platforms in order to reveal the phenomenon in its universal dimension and particularities. pt_BR
dc.format.extent 122 p. pt_BR
dc.language.iso por pt_BR
dc.publisher Florianópolis, SC. pt_BR
dc.rights Open Access. en
dc.subject Antropologia Digital pt_BR
dc.subject Telegram pt_BR
dc.subject Instagram pt_BR
dc.subject Machosfera pt_BR
dc.subject Red Pill pt_BR
dc.subject Digital Anthropology pt_BR
dc.subject Telegram pt_BR
dc.subject Instagram pt_BR
dc.subject Manosphere pt_BR
dc.subject Red Pill pt_BR
dc.title Do Telegram ao Instagram: um estudo de antropologia digital sobre a circulação de conteúdo multimodal na machosfera brasileira pt_BR
dc.type TCCgrad pt_BR


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