Abstract:
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O Conselho Indigenista Missionário (CIMI), órgão criado em 1972, ligado à Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB), iniciou sua atuação junto aos indígenas do Sul do Brasil a partir de 1975. Em 1986 iniciou suas atividades com os grupos Xokleng, Kaingang e Guarani da Terra Indígena Ibirama (TII), situada no Alto Vale do Itajaí (SC). A área foi originalmente criada para abrigar os Xokleng quando da contatação, em 1914. O contexto da TII sofreu marcada influência a partir de 1975, quando se iniciou a construção da Barragem Norte. O CIMI se estabeleceu nesta conjuntura, priorizando o acompanhamento e assessoria aos Xokleng, sobretudo em seus movimentos reivindicativos pelas indenizações e, mais recentemente, no processo de redemarcação da TII. Este trabalho analisa as formas de apoio e assessoria oferecidas pelo CIMI e como isto repercutiu entre os indígenas. Tal atuação concretizou-se, mais especificamente, a partir da formação de uma Equipe Ecumênica (EE), com agentes das Igrejas Católica e Luterana e foi marcada por um posicionamento que teve como eixo a luta indígena pelas indenizações e a defesa de suas terras. Nessa "situação histórica" (Oliveira Filho, 1988), os Xokleng souberam aproveitar este apoio estratégico para reinventar a reativar, em diferentes momentos, seu caminho de luta por seus direitos. |