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Esta pesquisa problematiza uma formação de professores que aconteceu junto a uma experiência que relacionou arte e matemática por meio de imagens de pinturas. Denominada ?Matemática e arte para a sala de aula?, e proposta para professores que ensinam matemática, tinha como objetivo movimentar visualidades docentes, para analisar discursos relacionados às práticas matemáticas de olhar, disparados e atravessados por elas. Para tanto, foram realizadas quatro oficinas centradas no estudo de imagens da arte e suas possibilidades para o ensino da matemática, sendo considerados, como ferramentas de análise para a realização do estudo, os conceitos de visualidade, discurso, dispositivo pedagógico e experiências de si. Como um modo de colocar esta tese em forma de escrita, optou-se por produzir e juntar cacos formados por memórias da pesquisadora produzidas junto à formação, bem como analisar e problematizar as visualidades. Particularmente, das visualidades movimentadas junto às oficinas, decorre que os discursos matemáticos engendram-se com modos de compreender a beleza, de compreender a matemática quando esta é pensada junto à arte e ao cotidiano, e também, de compreender e assumir o espaço representado nas pinturas, permeando e atravessando o olhar dos professores, produzindo formas de subjetivação. Nesses atravessamentos, um modo de pensar e propor a formação de professores foi posto em suspensão e problematizado, mediante uma perspectiva que possibilitou transitar da ideia de formação, como espaço de mediação, para oficinas-dispositivo pedagógico. Isso, para pensar que uma formação docente, pautada em processos de conscientização, de reflexão e apropriação de modos de ensinar, não leva à desnaturalização de verdades, mas, ao contrário, funciona como um dispositivo mantenedor de práticas de subjetivação e objetivação de professores. Por fim, esta tese visa lançar convites como possibilidades de encontros que potencializem, de um lado, a problematização de práticas visuais em matemática, e de outro, modos de fazer formação de professores, fazendo da problematização uma estratégia, um exercício que provoque pensar para além do pensado. De uma forma mais obscura e profana, deseja-se desestabilizar certezas e provocar questionamentos acerca de como as visualidades docentes movimentadas em uma formação, que relaciona matemática e arte, produzem modos de ser professor e constituem problemas no âmbito do ensino e da aprendizagem da matemática. |
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