Polissacarídeos algais no controle alternativo de doenças no morango orgânico
Author:
Meyer, Cleber
Abstract:
A cultura do morangueiro (Fragaria x ananassa Duch.) representa uma importante cadeia produtiva, do ponto de vista econômico e social, e está presente em diversas regiões do Brasil. O cultivo orgânico do morango representa uma alternativa muito viável para a agricultura familiar, devido ao seu alto valor agregado. Nesse sistema, um dos principais desafios enfrentados pelos agricultores é o ataque de pragas e ocorrência de doenças, fazendo com que ocorram grandes perdas de produção. A antracnose, causada por Colletotrichum spp., é uma das principais doenças que acometem essa cultura. O uso de extratos e polissacarídeos de algas marinhas vem sendo amplamente estudados no controle alternativo de doenças em plantas. Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivos: Obter isolados de Colletotrichum que afetam a produção de morango em SC e testar a patogenicidade destes; Avaliar o efeito do polissacarídeo algal – ulvana, sobre o crescimento micelial de Colletotrichum spp. Os experimentos foram conduzidos em casa de vegetação e no Laboratório de Fitopatologia da UFSC/CCA. Os isolados foram obtidos a partir de amostras com sintomas típicos de antracnose coletados em diferentes municípios de SC. Para o teste de patogenicidade, plantas, folhas destacadas e frutos de morango foram inoculados com uma suspensão conidial de Colletotrichum (1x106 conídios/mL), e estes foram monitorados até o aparecimento dos primeiros sintomas. Para avaliação do crescimento micelial foi adicionado 1 e 10 mg/mL de ulvana em meio de cultura BDA, e a cada dois dias o diâmetro das colônias foi medido com paquímetro digital. Ao todo, foram obtidos 13 isolados de Colletotrichum spp. de 5 municípios de SC. No teste de patogenicidade em plantas e frutos, todos os isolados foram capazes de reproduzir os sintomas de antracnose. No entanto, em folhas destacadas somente 5 isolados ocasionaram sintomas e os primeiros sinais surgiram cerca de 15 dias após a inoculação principalmente na face abaxial das folhas. A ulvana não afetou o crescimento micelial de Colletotrichum spp. ao longo de 13 dias. Como o polissacarídeo não apresentou efeito direto sobre o patógeno, mais estudos são necessários para investigar o efeito da ulvana no controle da antracnose do morango.
Description:
Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica.
Universidade Federal de Santa Catarina.
Centro de Ciências Agrárias.