Title: | O isolamento no início da docência em ciências e o coletivo da escola |
Author: | Amorim, Mariana Barbosa de |
Abstract: |
Esta pesquisa de mestrado foi desenvolvida na linha de pesquisa em formação de professores do Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica da Universidade Federal de Santa Catarina, a partir de conflitos vividos em experiência profissional como professora iniciante de ciências. O isolamento foi identificado como problema central e como uma constante na profissão docente, que se intensifica nesse contexto de socialização profissional. O isolamento de professoras iniciantes de ciências configura-se, portanto, como objeto desta pesquisa e é colocado em contraste à dimensão do trabalho coletivo, que considera o desenvolvimento de professoras em suas múltiplas dimensões e que só é possível na práxis compartilhada. Fundamentadas no referencial freireano e a partir do estudo de aspectos históricos e sociais relacionados ao trabalho docente (Michael Fullan, Andy Hargreaves), à formação profissional (Ántónio Nóvoa, Maria Isabel da Cunha, Marli André), às interações profissionais (Maurice Tardif, Claude Lessard), ao início da docência e ao isolamento da professora (Carlos Marcelo Garcia), estabelecemos como objetivo compreender quais são os principais condicionantes do isolamento de professoras iniciantes de ciências e discutir sua relação com uma docência humanizadora. Foram realizadas entrevistas narrativo-reflexivas com seis professoras iniciantes de ciências da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis. Os condicionantes identificados se relacionam a compreensões sobre a docência e à trajetória formativa (história de vida, opção pela docência, formação profissional), a condições de trabalho (mais ou menos imediatas mas bastante vinculadas à condição de substituta nas escolas), a relações interpessoais na escola (a importância da equipe pedagógica, as dificuldades nas relações com colegas, a motivação proporcionada pelo contato com as estudantes) e aos modos de funcionamento da escola (se estimulam o isolamento ou a colaboração). Identificamos a cultura escolar como fio que conecta estes condicionantes, e entendemos que a mudança escolar necessária, que possibilite a humanização dos sujeitos e tenha o trabalho coletivo como princípio, passa pela superação do choque cultural no início da docência. Nisso exercem papel a formação inicial, a escola, as redes de ensino e políticas públicas e suas articulações necessárias para o maior diálogo com a realidade profissional. Para o ensino de ciências, acreditamos ser fundamental relativizar a centralidade dada a conhecimentos específicos na formação inicial, de forma a valorizar conhecimentos que sustentam práticas pedagógicas coerentes. Finalmente, a humanização passa principalmente pela valorização da formação de profissionais reflexivos e que possuam autonomia em suas decisões profissionais.<br> Abstract : This master?s degree research was developed in the research area on teacher education of the Graduate Program in Science and Technology Education at the Federal University of Santa Catarina, based on conflicts experienced in a professional experience as a beginning science teacher. Isolation was identified as a central problem and as a constant feature on teaching profession, which is intensified under this professional socialization context. The isolation of beginning science teachers is therefore the object of this research and is contrasted with the collective work dimension, which considers the teacher development in their multiple dimensions and is only possible with a shared praxis. Based on the Freirean referential and on studies of historical and social aspects related to teacher work (Michael Fullan, Andy Hargreaves), professional education (António Nóvoa, Maria Isabel da Cunha, Marli André), professional interactions (Maurice Tardif, Claude Lessard), beginning of teaching and teacher isolation (Carlos Marcelo Garcia), we aimed to understand what are the main factors that condition the isolation of beginning science teachers and discuss their connection with a humanizing teaching. Narrative-reflective interviews were carried out with six science beginning teachers from public municipal schools of Florianópolis. The identified conditions are related to understandings about teaching and the formative trajectory (life history, choice for teaching, professional education), working conditions (more or less immediate but deep connected to the condition of being substitute teacher), interpersonal relations at school (the importance of the pedagogical team, the difficulties in relations with colleagues, the motivation provided by the contact with the students) and the ways in which the school operates (if isolation or collaboration is stimulated). We identify school culture as a link between these conditioning factors, and we understand that the necessary school change, which allows the humanization of the individuals and has collective work as a principle, demands the overcoming of the cultural shock at the beginning of teaching. The initial teacher education, the school, the educational system and public policies play a part for that, such as their necessary articulations for a significant dialogue with the professional reality. Concerning science teaching, we believe it is fundamental to relativize the centrality of subject matter knowledge in initial teacher education, in order to value pedagogical content knowledge, that supports coherent pedagogical practices. Lastly, humanization is made possible through valuing the teacher education of reflective professionals, with autonomy in their professional decisions. |
Description: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica, Florianópolis, 2019. |
URI: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/214336 |
Date: | 2019 |
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PECT0409-D.pdf | 1.405Mb |
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