Olhares sobre a Lei nº 11.645/2008 na formação docente em química em Santa Catarina e as potencialidades dos espaços não-formais de ensino

Abstract

Mesmo não sendo uma demanda vinda diretamente dos indígenas, a Lei nº 11.645/2008 contribui tanto para o (re)conhecimento das etnias indígenas pela sociedade brasileira, quanto para a construção de uma escola composta por e para a diversidade cultural. Segundo autores indígenas e não indígenas, a obrigatoriedade da inserção das histórias e culturas indígenas em toda educação básica, colabora para a desconstrução de imagens estereotipadas sobre tais etnias e para a (re)escrita das \"histórias únicas\". No entanto, para que isso seja possível, se faz necessário que existam condições adequadas para tal. Dentre elas, uma formação docente que instrumentalize o professor de modo que o mesmo consiga desenvolver abordagens pedagógicas capazes de articular os conhecimentos disciplinares com a temática indígena. Assim, com base na importância dada a formação inicial dos docentes em química para a efetivação da Lei n°11.645/08, nessa pesquisa investigou-se de que maneira as histórias e culturas indígenas têm sido inseridas nos PPC dos cursos das licenciaturas em química, no estado de Santa Catarina. Com base na metodologia da Análise de Conteúdo, constatou-se que a inserção da referida Lei ainda precisa ser melhor explorada. Tanto em relação ao modo como a mesma deve ser entendida pela área, quanto na articulação da temática indígena com os conhecimentos químicos. Diante dos resultados, a busca por espaços/ações que apresentem potenciais para o pensar sobre a inserção das histórias e culturas indígenas na formação inicial dos professores de química, revelou que os espaços não-formais de ensino podem contribuir tanto para o (re)conhecimento das etnias indígenas presentes em Santa Catarina, quanto para a abordagem de conhecimentos específicos da química.

Abstract: Even though it is not a demand directly from the indigenous people, Law nº 11.645/2008 contributes both to the (re) knowledge of indigenous ethnic groups by Brazilian society, and to the construction of a school composed of and for cultural diversity. According to indigenous and non-indigenous authors, the mandatory inclusion of indigenous stories and cultures in all basic education, contributes to the deconstruction of stereotyped images about such ethnicities and to the (re) writing of \"unique stories\". However, for this to be possible, it is necessary that adequate conditions exist for this. Among them, a teacher education that equips the teacher so that he can develop pedagogical approaches capable of articulating disciplinary knowledge with the indigenous theme. Thus, based on the importance given to the initial training of teachers in chemistry for the implementation of Law n°11.645 / 08, in this research it was investigated how indigenous histories and cultures have been inserted in the PPC of the courses of degrees in chemistry, in the state of Santa Catarina. Based on the Content Analysis methodology, it was found that the insertion of the referred Law still needs to be better explored. Both in terms of how it should be understood by the area, and in the articulation of the indigenous theme with chemical knowledge. In view of the results, the search for spaces / actions that present potentials for thinking about the insertion of indigenous histories and cultures in the initial training of chemistry teachers, revealed that non-formal teaching spaces can contribute both to (re) knowledge indigenous ethnicities present in Santa Catarina, as well as to approach specific knowledge of chemistry.