dc.contributor |
Universidade Federal de Santa Catarina |
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dc.contributor.advisor |
Cassiani, Suzani |
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dc.contributor.author |
Kehl, Lia Christina Kirchheim |
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dc.date.accessioned |
2022-02-14T13:35:54Z |
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dc.date.available |
2022-02-14T13:35:54Z |
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dc.date.issued |
2022 |
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dc.identifier.other |
374380 |
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dc.identifier.uri |
https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/231264 |
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dc.description |
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica, Florianópolis, 2022. |
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dc.description.abstract |
Esta pesquisa teve como objetivo analisar sentidos construídos sobre justiça social por licenciandos na disciplina de Estágio Supervisionado do Ensino de Ciências a partir dos materiais produzidos na mesma. A disciplina teve como eixo condutor a educação das relações étnicas raciais, decoloniais e interculturais, promovendo discussões acerca de uma educação científica para fins de justiça social. Como objetivos específicos, buscamos identificar as condições de produção de sentidos amplos e estritos no curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Santa Catarina e durante a realização da disciplina. Partimos em compreender as práticas pedagógicas que foram produzidas, e contribuir com a formação inicial de professores de ciências nessa perspectiva, para identificar denúncias e anúncios de uma formação de professores mais compromissada socialmente. Para isso, privilegiamos como referenciais teóricos-metodológicos um diálogo com teóricas/os latino-americanas/os do pensamento decolonial no sentido amplo, referenciado também por intelectuais negras para problematizar questões acerca da colonialidade do saber, e na análise de discurso franco-brasileira, considerando que nos constituímos como sujeitos em um determinado contexto-histórico, e que por meio da linguagem produzimos múltiplos sentidos em determinadas condições de produção. As análises se deram a partir dos materiais produzidos, sendo eles: práticas para abordar a educação das relações étnico raciais, ensaios reflexivos sobre formação docente, e um questionário que foi aplicado visando compreender as condições de produção. Foi possível observar que a produção de sentidos sobre justiça social por parte dos licenciandos esteve mais relacionada com as suas leituras, histórias de vida, formações discursivas e discussões provocadas, visto que houve certo silenciamento sobre contribuições do conhecimento científico e tecnológico a partir de matrizes africanas, afrodiaspóricas e das contribuições de mulheres negras cientistas. Ficam evidente as aproximações do papel social e político que a Educação em Ciências pode ter para fins de justiça social, frente às estruturas coloniais, racistas, patriarcais e capitalistas nas discussões dos conteúdos, visto que as alunas em suas práticas e ensaios produzidos trouxeram compreensões sobre o racismo estrutural na sociedade e na construção da ciência, reflexões sobre a não-neutralidade da ciência, questionamentos acerca de uma colonialidade do tempo, propuseram diálogos interculturais e um desejo de aproximação dos conteúdos científicos com a realidade escolar e a dos seus estudantes. Como forma de anúncios, considero importante que sejam mais fortemente pontuadas essas questões sobre colonialidade do saber nos cursos de formação, onde os alunos sejam instigados a conhecer mais sobre contribuições de outras matrizes-civilizatórias para além de discutir o racismo, como uma forma de enfrentamento aos epistemicídios das estruturas das universidades. A decolonialidade e interculturalidade como horizontes teóricos e de luta foram potentes para contribuir e evidenciar o papel de compromisso social e político que os professores de ciências têm para o enfrentamento de discriminações e preconceitos como o machismo, o racismo, questionando as estruturas de poder e de superioridade em relação ao conhecimento científico que são muitas vezes perpetuadas em suas práticas e nos cursos de formação docente. |
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dc.description.abstract |
Abstract: This research aimed to analyze the meanings constructed about social justice by undergraduates in the discipline of Supervised Internship in Science Teaching from the materials produced in it. The discipline had as its guiding axis the education of racial, decolonial and intercultural relations, promoting discussions about scientific education for the purposes of social justice. As specific objectives, we seek to identify the conditions for the production of broad meanings and strict ones in the Licentiate Degree in Biological Sciences at the Federal University of Santa Catarina and during the course of the discipline. We also set out to understand the pedagogical practices that were produced, and contribute to the initial training of science teachers in this perspective, in order to identify complaints and advertisements for a more socially committed teacher education. For this, we privileged as theoretical-methodological references a dialogue with Latin American theorists of decolonial thought in the broad sense, also referenced by black intellectuals womans to problematize issues about the coloniality of knowledge, and in the Franco-Brazilian Discourse Analysis, considering that we constitute ourselves as individuals in a certain historical-context, and that through language we produce multiple meanings under certain conditions of production. The analyzes were based on the materials produced, namely: practices to address the education of ethnic racial relations, reflective essays on teacher training, and a questionnaire that was applied in order to understand the conditions of production. From these materials, it was possible to observe that the production of meanings about social justice by the students was more related to their readings, life stories, discursive formations and provoked discussions, since there was a certain silencing about contributions of scientific and technological knowledge from African, aphrodiasporic matrices and the contributions of black women scientists. The approximations of the social and political role that Science Education can have for the purposes of social justice, in the face of colonial, racist, patriarchal and capitalist structures in content discussions are evident, as the students in their practices and reflective essays brought understandings about structural racism in society and in the construction of science, reflections on the non-neutrality of science, questions about a coloniality of time, proposed intercultural dialogues and a desire to bring scientific contents closer to school reality and of its students. As a form of advertisements, I consider it important that these questions about the coloniality of knowledge are more strongly pointed out in training courses, where students are encouraged to learn more about contributions from other civilizing matrices, in addition to discussing racism as a form of confrontation to the epistemicides of university structures. Decoloniality and interculturality as theoretical and struggle horizons were powerful to contribute and highlight the role of social and political commitment that science teachers have to face discrimination and prejudices such as sexism, racism, questioning the structures of power and superiority in relation to scientific knowledge that are often perpetuated in their practices and in teacher training courses. |
en |
dc.format.extent |
193 p.| il., gráfs. |
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dc.language.iso |
por |
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dc.subject.classification |
Educação científica e tecnológica |
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dc.subject.classification |
Professores |
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dc.subject.classification |
Ciência |
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dc.subject.classification |
Justiça social |
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dc.title |
Sentidos construídos sobre justiça social na formação de professores: experiências (de)coloniais na disciplina de estágio supervisionado no ensino de ciências |
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dc.type |
Dissertação (Mestrado) |
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