Abstract:
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A tentativa, por detrás do movimento Escola Sem Partido, em criar leis para cercear o
trabalho docente, já vem desde antes do golpe parlamentar de 2016, momento em que o Escola sem
Partido é, então, pela primeira vez, alavancado, denunciando professores e professoras que não
compactuam com as ideias que o movimento defende. O movimento, que ataca o trabalho docente na
sua finalidade educativa, instiga que ofensas e ou violências físicas ou verbais possam vir a ocorrer,
estimuladas pela ação parlamentar conservadora de representantes eleitos, claramente contrários à
reflexão crítica em sala de aula e à favor de que a abordagem sobre temas como classe, gênero e
etnia fiquem circunscritos ao espaço familiar privado. Isso se expõe em suas propostas de leis.
Muitos docentes sofrem com os avanços dos ataques de integrantes e adeptos da ideias do
movimento Escola sem Partido, que seguem tentando diuturnamente a criação de leis que legitimem
suas afrontas e perseguições a docentes, em especial das áreas Ciências Humanas e
Biológicas.Neste trabalho, fazemos uma contextualização do movimento, tratando de como se
desenvolveu desde seu surgimento e de sua ascensão e fortalecimento enquanto discurso político
conservador, vencedor das eleições em 2018. Ao mesmo tempo, relaciona-se tal contexto com os
casos de professores exonerados, afastados e perseguidos no Estado de Santa Catarina, sob os
ataques e as denúncias promovidas pelo movimento. Em contrapartida, o trabalho constata que a
organização sindical pode ser uma ferramenta de organização da categoria docente e de resistência
frente a esses ataques. No Estado de Santa Catarina, a categoria docente está representada por
entidades como o Sindicato dos Trabalhadores em Educação na Rede Pública de Ensino do Estado
de Santa Catarina (SINTE-SC), que tem atuado nas lutas de resistência às ações do MESP. A
pesquisa que fundamentou este trabalho contou com os seguintes procedimentos metodológicos:
investigação bibliográfica e documental, além de entrevista semiestruturada com dirigente sindical do
SINTE-SC, Regional Grande Florianópolis. Em nossas considerações finais, apontamos como
evoluíram os avanços neoconservadores dentro das escolas por meio do Movimento Escola Sem
Partido e, ao mesmo tempo, como vem se dando a resistência a esses avanços. |