dc.contributor |
Universidade Federal de Santa Catarina |
|
dc.contributor.advisor |
Mohr, Adriana |
|
dc.contributor.author |
Tavares, Bruno |
|
dc.date.accessioned |
2022-10-21T16:52:48Z |
|
dc.date.available |
2022-10-21T16:52:48Z |
|
dc.date.issued |
2022 |
|
dc.identifier.other |
378298 |
|
dc.identifier.uri |
https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/240925 |
|
dc.description |
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica, Florianópolis, 2022. |
|
dc.description.abstract |
O debate natureza-cultura se refere aos questionamentos acerca do papel da natureza e da cultura no desenvolvimento de características humanas, mas também faz referência à separação entre biociências e humanidades. Dentro desse debate, existe uma gama de pares de conceitos, algumas vezes tratados em oposição, no que podemos chamar de dualismo. Discussões do campo de gênero e sexualidade também fazem referência a esse debate, por exemplo, quando os conceitos de sexo e gênero são abordados de modo que sexo remeteria ao ?biológico? e gênero ao ?social?. Isso se deve, em parte, à própria emergência do conceito de gênero, que surge justamente para demarcar uma crítica ao determinismo biológico. Contudo, esse importante movimento também produziu algumas posturas biofóbicas ou anti-biologia, que encaram aspectos relacionados à biologia - neste estudo denominado genericamente ?o biológico? - como limitantes, construindo uma imagem enrijecida dela, muitas vezes sustentada pelo determinismo social. De maneira crítica à essas posturas, perspectivas pós-dualistas como aquelas das feministas biólogas, recusam determinismos biológicos ou sociais e pensam a partir do ?biossocial?, entendendo os pares do debate natureza-cultura como emaranhados e não em separação ou em oposição. Junto disso, feministas biólogas constroem novos entendimentos acerca ?do biológico?, fora da sina determinista e vigilantes à cisheteronormatividade. Levando em consideração que é crescente o número de estudos da área de pesquisa em Ensino que abordam gênero e sexualidade, faz-se necessário compreender como as palavras e expressões derivadas de ?biologia? são mobilizadas nessas pesquisas. Para tanto, foram analisados, a partir de referenciais teóricos pós-dualistas, vinte artigos de periódicos da área de pesquisa em Ensino, publicados entre 2018 e 2020, a fim de caracterizar o debate natureza-cultura e compreender as relações que eles estabelecem com ?o biológico?. Como resultados, em linhas gerais, os artigos analisados apresentam relações interacionistas entre os pares do debate natureza-cultura, havendo baixa representação de perspectivas pós-dualistas. Junto a isto, observamos que os estudos se referem ?ao biológico? de distintas formas, de modo que foram construídas sete categorias para demonstrar as interpretações ?do biológico?: materialidade, determinista, pedagógica, discursiva, como campo de estudos, como conhecimentos/conteúdos e ?outras biologias?. Além disso, constatou-se que os temas mais comumente associados ao ?biológico? foram: saúde/doença, anatomofisiologia e reprodução. Ainda, investigamos os efeitos do uso dessas palavras e expressões, o que nos leva a afirmar que preponderam efeitos limitantes. Esse aspecto unido aos anteriormente mencionados, evidenciam que estes estudos podem contribuir para a construção de uma imagem enrijecida do ?biológico?. Por fim, apontamos a necessidade de que as pesquisas em Educação em Ciências construam novas relações com ?o biológico?, a partir de perspectivas pós-dualistas, como a das feministas biólogas, promovendo vigilância quanto aos determinismos - tanto biológicos, quanto sociais. |
|
dc.description.abstract |
Abstract: The nature-nurture debate refers to matters about the role of nature and nurture in the development of human characteristics, but it also refers to the separation between biosciences and humanities. Within this debate, there is a range of concept pairs, sometimes treated as opposites, in what we can call dualism. Discussions in the field of gender and sexuality also refer to this debate, for example, when the concepts of sex and gender are approached in a way that sex refers to the ?biological? and gender to the ?social?. This is due, in part, to the emergence of the gender concept, which arises precisely to demarcate a criticism of biological determinism. However, this important movement also produced some biophobic or anti-biology postures, which view aspects related to biology - in this study generically called \"the biological\" - as limiting, building a hardened image of it, often supported by social determinism. Critically to these positions, post-dualist perspectives such as those of feminist biologists, refuse biological or social determinism and think from the ?biosocial?, understanding the nature-nurture debate pairs as entangled and not in separation or opposition. Along with this, feminist biologists build new understandings about ?the biological?, outside the deterministic fate and vigilant to cisheteronormativity. Taking into account that the studies number in the Teaching research area that addresses gender and sexuality is increasing, it is necessary to understand how the words and expressions derived from ?biology? are mobilized in these researches. To this end, twenty articles from journals in the Teaching research area, published between 2018 and 2020, were analyzed, based on post-dualist theoretical frameworks, in order to characterize the nature-nurture debate and understand the relationships they establish with \"the biological?. As a result, in general terms, the analyzed articles present interactionist relationships between peers in the nature-nurture debate, with a low representation of post-dualist perspectives. In addition, we observe that the studies refer to ?the biological? in different ways, so seven categories were constructed to demonstrate ?the biological? interpretations: materiality, deterministic, pedagogical, discursive, as a field of study, as knowledge/content and ?other biologies?. In addition, it was found that the topics most commonly associated with ?biological? were: health/disease, anatomy physiology, and reproduction. Still, we investigated the use effects of these words and expressions, which leads us to confirm that limiting effects prevail. This aspect, together with those mentioned above, show that these studies can contribute to the construction of a hardened image of the ?biological?. Finally, we point out the need for research in Science Education to build new relationships with ?the biological?, from post-dualist perspectives, such as that of feminist biologists, promoting vigilance regarding determinisms - both biological and social. |
en |
dc.format.extent |
174 p.| il. |
|
dc.language.iso |
por |
|
dc.subject.classification |
Educação científica e tecnológica |
|
dc.subject.classification |
Educação sexual |
|
dc.subject.classification |
Relações de gênero |
|
dc.subject.classification |
Ciência |
|
dc.subject.classification |
Biologia |
|
dc.title |
A biologia que não ousa dizer seu nome: olhares pós-dualistas para pesquisas nos temas gênero e sexualidade na Educação em Ciências |
|
dc.type |
Dissertação (Mestrado) |
|
dc.contributor.advisor-co |
Ramos, Mariana Brasil |
|