De um inventário de afetos ao exercício de um ethos de re-existência: em travessias de e com o Grupo de Estudos Contemporâneos e Educação Matemática (GECEM/UFSC)

Abstract

Para ex-por-se, esta tese acontece em travessias. Ao problematizar o que faz e o que pode matemática e arte na escola, em pesquisas, no mundo e na vida, a po-ética produzida atravessa uma postura ética, estética e política operada junto a prática de pesquisa do Grupo de Estudos Contemporâneos e Educação Matemática (GECEM/UFSC) e o aprender com arte. Disso, ou com isso, questiona-se para desnaturalizar certas verdades enraizadas em nossa cultura escolar e social, tomando como problema e objeto de pensamento verdades instituídas, aquelas que constituem modos de ver, de dizer, de representar e de conduzir-se em Educação Matemática. Para tanto, ao perguntar como um grupo de estudo e de pesquisa inventa, cria e pratica um ethos de re-existência em travessias de pesquisa, cartografa-se, com um envolvimento vivencial e de pensamentos, torções conceituais em um inventário de afetos. Juntam-se pistas de um conjunto de enunciados que reverberam com matemática e arte, compondo traços de existência de um discurso matemático atrelado a uma formação discursiva da Matemática que nos constitui e nos forma. Aponta-se, afinal, para os efeitos de um ethos de re-existência, pensando mais sobre as verdades colocadas do que as afirmando, experimentando outras existências com aquilo que já existe, em que a experimentação vale por si só.

Abstract: To ex-po-se, this thesis happens in crossings. Problematizing what do and what can mathematics and art do at school, in research, in the world and in life, the po-ethics created through an ethical, esthetical and political stance managed with the research practice of the Contemporary Studies and Mathematical Education Group (Grupo de Estudos Contemporâneos e Educação Matemática - GECEM/UFSC) and learning with art. From this, or with this, certain habitual truths from our social and school cultures are questioned and denaturalized, taking instituted truths as the problem and object of thinking, the ones that constitute ways to see, to say, to represent and conduct in Mathematical Education. For such, questioning how a study and research group invents, creates and practices an ethos of re-existence in crossings of researching, mapping with thought and experience involvement, conceptual twists in an inventory of affection. Clues of a set of mathematics and art statements that reverberate are put together, creating traces of existence of a mathematical speech bound to a discursive formation of Mathematics that makes and shapes us. It is pointed, after all, to the effects of an ethos of re-existence, thinking more about the posed truths than asserting them, experiencing other existences with those that already exist, in which the experiencing is worth by itself.