Abstract:
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A presente pesquisa traz como objetivo principal correlacionar e demonstrar, através do estudo das alterações territoriais ocorridas na vila de Nossa Senhora do Desterro de Jundiaí, entre 1720 e 1775, as inter-relações de forças políticas, econômicas e sociais que deram corpo ao processo de espacialização da colonização portuguesa naquele ambiente. Em meio a isso, se trafegará por caminhos que ligavam diversas áreas da América portuguesa, desde as vilas do Sul, como Rio Grande, Viamão e Laguna, até porções de terras mais centro-ocidentais, como as minas de Goiás e do Cuiabá. No decurso do século XVIII, a economia-mundo europeia fez uso de aspectos da vida material e de todo um arcabouço político-simbólico próprio para se espraiar pelas interlândias do continente americano. Lançando mão da estruturação das redes de relações de poder e dos jogos das trocas, a empresa colonial lusitana tornou possível a exploração colonial do solo no Novo Mundo. Dessa conjuntura emergiu uma vasta gama de atividades econômicas e experiências pessoais, empreendidas e vividas por sujeitos de múltiplas origens étnico-sociais, como indígenas, africanos, europeus e luso-brasileiros. As elites paulistas da época edificaram suas riquezas por meio do sertanismo, da mineração e da produção e comercialização de artigos que, majoritariamente, eram empregados no abastecimento do mercado interno colonial. Pessoas livres pobres e escravizadas compunham a maior parte da sociedade e do mundo do trabalho. Elas estavam presentes na formação das entradas e bandeiras, na produção agrícola, no deslocamento de mercadorias e na confecção de utensílios de uso cotidiano, como panelas e louças, dentre outros. |