dc.contributor |
Universidade Federal de Santa Catarina |
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dc.contributor.advisor |
Espíndola, Marina Bazzo de |
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dc.contributor.author |
Silva, Tobias Alencastro |
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dc.date.accessioned |
2024-03-21T23:25:09Z |
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dc.date.available |
2024-03-21T23:25:09Z |
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dc.date.issued |
2024 |
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dc.identifier.other |
386637 |
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dc.identifier.uri |
https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/254830 |
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dc.description |
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica, Florianópolis, 2024. |
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dc.description.abstract |
Este trabalho de pesquisa surge em meados de 2021, quando observamos uma série de ataques realizados em aulas que ocorriam de modo não presencial, em consequência das restrições impostas pela pandemia de Covid-19. Em alguns casos, as invasões não passavam de brincadeiras inconvenientes, mas geralmente se desdobravam na apresentação de conteúdos violentos, ofensivos e ameaças graves, para públicos de diversas idades, incluindo crianças. Esses eventos chamaram nossa atenção, pois trouxeram à tona uma situação particular: as aulas mediadas pela tecnologia criaram um espaço de exposição dos usuários a certos riscos, por exemplo, o cyberbullying. O reconhecimento dessa característica nos fez indagar se havia outros riscos aos quais a comunidade escolar poderia estar exposta nas situações em que os processos educativos ocorriam mediados por tecnologias. Através de uma pesquisa preliminar, identificamos que, entre as diversas plataformas inovadoras para garantir a manutenção das aulas naquele período de crise sanitária, o Google Classroom figurou entre as mais utilizadas no Brasil, com destaque ao estado de Santa Catarina, que, antes mesmo da confirmação da paralisação do ensino presencial, já havia iniciado um processo de integração dessa plataforma em seu sistema educacional. Nesse caminho, surge outro elemento importante, isto é, a figura dos profissionais dos Núcleos de Tecnologia Educacional da Rede/SC, os quais foram identificados como personagens importantes nos processos de integração tecnológica nas escolas catarinenses naquele momento de crise. Esses três elementos constituíram o fio-condutor para investigação da presença de riscos decorrentes do uso de tecnologias na educação de forma mais precisa, a partir da seguinte da questão-problema: qual a percepção de risco dos profissionais dos Núcleos de Tecnologia Educacional em Santa Catarina sobre o uso do Google Classroom? Para responder, o trabalho foi estruturado nos seguintes objetivos específicos: identificar na produção acadêmica trabalhos que abordem a presença de riscos atrelados ao uso do Google Classroom; conhecer e levantar dados sobre a relação dos profissionais dos NTEs em Santa Catarina com o Google Classroom e analisar a percepção de risco dos profissionais dos NTEs sobre o Google Classroom e seu uso no contexto educativo. Visando atender a esses objetivos e considerando a complexidade das características envolvidas, optamos por uma abordagem qualitativa e a metodologia apontada por Yin (2004, 2016) e Stake (1995) para análise de estudo de caso único. Do ponto de vista teórico, a pesquisa se baseou na teoria crítica das tecnologias educacionais referenciada em Neil Selwyn e na teoria de sociedade de risco proposta por Ulrich Beck, as quais fundamentaram os elementos para realização de revisão de literatura, processo esse que foi resolvido na criação de quatro categorias de risco: riscos para a saúde física e mental (RSFM), riscos à privacidade e segurança de dados (RPSD), riscos de desigualdade e injustiça (RDI), bem como riscos pedagógicos (RPED). A formulação dessas categorias embasadas pelo referencial teórico serviu de fundamento para a elaboração dos instrumentos de pesquisa, assim como as estruturas para análise dos dados encontrados. A coleta de dados empíricos ocorreu a partir da aplicação de 21 questionários e cinco entrevistas junto aos profissionais dos NTEs, buscando identificar suas percepções com relação ao Google Classroom, tendo em vista a temática do risco. Em posse das transcrições, realizamos seu refinamento e as analisamos através de processo metodológico denominado embasamento em proposições teóricas de Yin (2016), o que envolve o confronto das percepções coletadas com as categorias de risco identificadas por nós. Resultaram dessa comparação de evidências sólidas não apenas de riscos, mas também de danos concretos decorrentes da presença do Google Classroom enquanto tecnologia integrada aos processos de ensino, o que deve levantar o alerta para qualquer outra tecnologia nesse contexto. As evidências encontradas a partir da análise dos dados destacam os desafios atuais e abrem um caminho para futuros discutir sobre o uso responsável de tecnologias educacionais, introduzindo a perspectiva de risco como um guia para entender as características frequentemente negligenciadas e que possuem impactos negativos, em alguns casos até o mesmo irreversíveis. Diante disso, esperamos que este trabalho gere reflexões sobre a importância de uma abordagem crítica e precaucionária ao lidar com a integração das tecnologias na educação, mas que não se coloque apenas no campo teórico. Através da discussão resultante de nossa análise, chamamos a atenção do poder público como principal responsável por garantir o desenvolvimento de práticas e políticas que priorizem a segurança dos usuários quando se trata da integração de tecnologias na educação e além. É preciso cobrar um equilíbrio entre o progresso, a praticidade e o bem-estar dos usuários, de modo que a tecnologia seja uma ferramenta de empoderamento e apoio, não de ameaça e dominação. mas também de danos concretos decorrentes da presença da tecnologia Google Classroom enquanto integrada aos processos de ensino, o que deve levantar o alerta para qualquer outra tecnologia nesse contexto. As evidências encontradas a partir da análise dos dados destacam os desafios atuais e abrem um caminho para futuros discutir sobre o uso responsável de tecnologias educacionais, introduzindo a perspectiva de risco como um guia para entender as características frequentemente negligenciadas e que possuem impactos negativos, em alguns casos até o mesmo irreversíveis. Diante disso, esperamos que este trabalho gere reflexões sobre a importância de uma abordagem crítica e precaucionária ao lidar com a integração das tecnologias na educação, mas que não se coloque apenas no campo teórico. Através da discussão resultante de nossa análise, chamamos a atenção do poder público como principal responsável por garantir o desenvolvimento de práticas e políticas que priorizem a segurança dos usuários quando se trata da integração de tecnologias na educação e além. É preciso cobrar um equilíbrio entre o progresso, a praticidade e o bem-estar dos usuários, de modo que a tecnologia seja uma ferramenta de empoderamento e apoio, não de ameaça e dominação. mas também de danos concretos decorrentes da presença da tecnologia Google Classroom enquanto integrada aos processos de ensino, o que deve levantar o alerta para qualquer outra tecnologia nesse contexto. As evidências encontradas a partir da análise dos dados destacam os desafios atuais e abrem um caminho para futuros discutir sobre o uso responsável de tecnologias educacionais, introduzindo a perspectiva de risco como um guia para entender as características frequentemente negligenciadas e que possuem impactos negativos, em alguns casos até o mesmo irreversíveis. Diante disso, esperamos que este trabalho gere reflexões sobre a importância de uma abordagem crítica e precaucionária ao lidar com a integração das tecnologias na educação, mas que não se coloque apenas no campo teórico. Através da discussão resultante de nossa análise, chamamos a atenção do poder público como principal responsável por garantir o desenvolvimento de práticas e políticas que priorizem a segurança dos usuários quando se trata da integração de tecnologias na educação e além. É preciso cobrar um equilíbrio entre o progresso, a praticidade e o bem-estar dos usuários, de modo que a tecnologia seja uma ferramenta de empoderamento e apoio, não de ameaça e dominação. |
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dc.description.abstract |
Abstract: This research work emerged in mid-2021, when we observed a series of attacks carried out in classes that were taking place offline, because of the restrictions imposed by the COVID-19 pandemic. In some cases, the invasions were nothing more than inconvenient games, but they generally resulted in the presentation of violent content, offenses, and serious threats, to audiences of different ages, including children. These events caught our attention, as they brought to light a particular situation: classes mediated by technology created a space for users to be exposed to certain risks, such as cyberbullying. The recognition of this phenomenon made us ask whether there were other risks to which the school community could be exposed in situations in which educational processes occur mediated by technologies. Through preliminary research, we identified that among the various platforms implemented to guarantee the maintenance of classes during that period of health crisis, Google Classroom was among the most used in Brazil, with emphasis on the State of Santa Catarina, which even before confirmation of the suspension of face-to-face teaching, the process of integrating this platform into its educational system had already begun. Along this path, another important element emerges, that is, the figure of professionals from the Educational Technology Centers of Rede/SC, who were identified as important characters in the processes of technological integration in schools in Santa Catarina at that time of crisis. These three elements constituted the guiding principle for investigating the presence of risks arising from the use of technologies in education in a more precise way, based on the following problem question: what is the risk perception of professionals at the Educational Technology Centers in Santa Catarina regarding the use of Google Classroom? To answer it, the work was structured around the following specific objectives: identifying in academic production works that address the presence of risks linked to the use of Google Classroom; to understand and collect data on the relationship between NTE professionals in Santa Catarina and Google Classroom and analyze the risk perception of NTE professionals regarding Google Classroom and its use in the educational context. Aiming to meet these objectives and considering the complexity of the phenomena involved, we opted for a qualitative approach and the methodology pointed out by Yin (2004, 2016) and Stake (1995) for single case study analysis. From a theoretical point of view, the research was based on the critical theory of educational technologies referenced in Neil Selwyn and the risk society theory proposed by Ulrich Beck, which supported the elements for carrying out a literature review, a process that resulted in the creation of four risk categories risk categories: risks to physical and mental health (RSFM), risks to privacy and data security (RPSD), risks of inequality and injustice (RDI), as well as pedagogical risks (RPED). The formulation of these categories based on the theoretical framework served as the foundation for the development of research instruments, as well as the structures for analyzing the collected data. Empirical data collection occurred through the application of 21 questionnaires and 5 interviews with NTE professionals, seeking to identify their perceptions regarding Google Classroom, taking into account the topic of risk. In possession of the transcripts, we refined them and analyzed them through a methodological process called based on theoretical propositions Yin (2016), which involves comparing the collected perceptions with the risk categories identified by us. This confrontation resulted in solid evidence not only of risks, but also of concrete damages resulting from the presence of Google Classroom as a technology integrated into teaching processes, which should raise the alert for any other technology in this context. The evidence found from the data analysis highlights current challenges and paves the way for future discussions on the responsible use of educational technologies, introducing the risk perspective as a guide to understanding phenomena that are often neglected and have negative impacts, in some cases even irreversible. In view of this, we conclude by hoping that this work generates reflections on the importance of a critical and precautionary approach when dealing with the integration of technologies in education, but that it does not just remain in the theoretical field. Through the discussion resulting from our analysis, we draw the attention of public authorities as primarily responsible for ensuring the development of practices and policies that prioritize user safety when it comes to the integration of technologies in education and beyond. It is necessary to strike a balance between progress, practicality, and the well-being of users, so that technology be a tool of empowerment and support, not threat and domination. |
en |
dc.format.extent |
180 p. |
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dc.language.iso |
por |
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dc.subject.classification |
Educação científica e tecnológica |
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dc.subject.classification |
Tecnologia |
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dc.subject.classification |
Risco |
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dc.subject.classification |
Educação básica |
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dc.subject.classification |
Tecnologia educacional |
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dc.title |
Google Classroom, solução ou ameaça? : avaliando riscos na percepção dos profissionais dos Núcleos De Tecnologia Educacional da Rede Pública de Educação de Santa Catarina |
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dc.type |
Dissertação (Mestrado) |
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dc.contributor.advisor-co |
Cerny, Roseli Zen |
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