A modalidade teleológica no guineense

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A modalidade teleológica no guineense

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dc.contributor Universidade Federal de Santa Catarina
dc.contributor.advisor Ferreira, Núbia Saraiva
dc.contributor.author Codinhoto, Nathália Gravonski
dc.date.accessioned 2024-08-27T23:25:40Z
dc.date.available 2024-08-27T23:25:40Z
dc.date.issued 2024
dc.identifier.other 387430
dc.identifier.uri https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/258426
dc.description Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Lingüística, Florianópolis, 2024.
dc.description.abstract Este estudo descreve e analisa, do ponto de vista sintático e semântico, a marcação de modalidade teleológica no guineense, com foco na força modal. O guineense é uma língua de base lexical portuguesa, falada pela maior parte da população de Guiné-Bissau, que concorre com as línguas étnicas presentes no país e com o português, a língua oficial e de ensino (EMBALÓ, 2008; COUTO; EMBALÓ, 2010). Trata-se de uma língua crioula que surgiu em um contexto de escravidão na época da colonização portuguesa na África. A composição de uma língua crioula se origina na combinação de uma língua base, o superestrato, fonte de seu léxico, e de uma língua de substrato (HOLM, 2000). No caso do guineense, o português é a língua base, que compõe 80% de seu léxico, e as línguas africanas são as línguas de substrato (cf. EMBALÓ, 2008; SCANTAMBURLO, 2013). A modalidade teleológica estabelece uma relação entre o que é necessário e/ou possível fazer (o meio) para atingir uma determinada meta. Neste estudo, investigaram-se os auxiliares modais no guineense que expressam modalidade teleológica, buscando, em específico, distinguir os modais que expressam força modal de necessidade teleológica forte (cf. von Wright, 1963; Copley, 2010), necessidade teleológica fraca (cf. Sloman, 1970; von Fintel e Iatridou, 2005) e força modal de possibilidade teleológica (cf. Nissenbaum, 2005). A metodologia adotada para esta pesquisa se dividiu em duas etapas: (i) a elaboração, coleta e análise de dados linguísticos e socioculturais para auxiliar na construção de contextos que não fugissem da realidade da comunidade dos grupos étnicos; e (ii) a elaboração de um questionário de elicitação de modais teleológicos para o estudo da modalidade teleológica no guineense. O primeiro questionário revelou as principais línguas faladas por um guineense, os contextos em que essas línguas são adquiridas/aprendidas e a frequência de uso dessas línguas, além da relação de preferência na aquisição/aprendizado do guineense, das línguas étnicas e do português como L1, L2 e/ou L3. O segundo questionário revelou alguns elementos culturais de grupos étnicos da Guiné-Bissau: cerimônia de circuncisão, cerimônias de casamento e cerimônias fúnebres; tais rituais e cerimônias são meios necessários para que os guineenses atinjam algumas metas. Por fim, o terceiro questionário, baseado no questionário modal de Vander Klok (2023), nas storyboards do grupo TFS (ver https://www.totemfieldstoryboards.org/stories/) e no livro Nossas raízes/No rais (RECH et all, 2023), revelou o seguinte: (i) no guineense, o tipo de modalidade é dada no contexto; (ii) ?ten ku?, ?dibi di? e ?pudi? são verbos auxiliares que expressam modalidade teleológica no guineense; (iii) no guineense, a necessidade teleológica forte e a necessidade teleológica fraca são expressas preferencialmente por ?ten ku?, seguido de ?dibi di?; e a possibilidade teleológica é expressa preferencialmente por ?dibi di?, seguido por ?ten ku?. Ainda, o auxiliar ?dibi di? aparece marcando tanto necessidade como possibilidade, comportando-se como ?dever? do português, um modal dual, cuja força é determinada por informações do contexto. Por fim, o modal ?pudi? foi empregado em uma frequência significativamente menor em todos os contextos, o que revela não ser o preferido na expressão de nenhuma força, nem mesmo de possibilidade teleológica.
dc.description.abstract Abstract: This study describes and analyses, from a syntactic and semantic point of view, the marking of teleological modality in Guinean, focusing on modal strength. Guinean is a language with a Portuguese lexical base, spoken by the majority of the population of Guinea-Bissau, which competes with the ethnic languages present in the country and with Portuguese, the official and teaching language (EMBALÓ, 2008; COUTO; EMBALÓ, 2010). It is a creole language that emerged in a context of slavery at the time of Portuguese colonization in Africa. The composition of a creole language originates from the combination of a base language, the superstrate, source of its lexicon, and a substrate language (HOLM, 2000). In the case of Guinean, Portuguese is the base language, which makes up 80% of its lexicon, and African languages are the substrate languages (cf.EMBALÓ, 2008; SCANTAMBURLO, 2013). The teleological modality establishes a relationship between what is necessary and/or possible to do (the means) to achieve a certain goal. In this study, we investigated the modal auxiliaries in Guinean that express teleological modality, specifically seeking to distinguish modals that express modal force from strong teleological necessity (cf. von Wright, 1963; Copley, 2010), weak teleological necessity (cf. .Sloman, 1970; von Fintel and Iatridou, 2005) and modal force of teleological possibility (cf. Nissenbaum, 2005).The methodology adopted for this research was divided into two stages: (i) the elaboration, collection and analysis of linguistic and sociocultural data to assist in the construction of contexts that do not deviate from the reality of the community of ethnic groups; and (ii) the development of a teleological modal elicitation questionnaire for the study of teleological modality in Guinean. The first questionnaire revealed the main languages spoken by a Guinean, the contexts in which these languages are acquired/learned and the frequency of use of these languages, in addition to the preference relationship in the acquisition/learning of Guinean, ethnic languages and Portuguese as L1 , L2 and/or L3. The second questionnaire revealed some cultural elements of ethnic groups in Guinea-Bissau: circumcision ceremony, wedding ceremonies and funeral ceremonies; such rituals and ceremonies are necessary means for Guineans to achieve some goals. Finally, the third questionnaire, based on Vander Klok's (2023) modal questionnaire, in the storyboards of the group TFS (see https://www.totemfieldstoryboards.org/stories/) and also in the book Nossas raízes/No rais (RECH et all, 2023), revealed the following: (i) in Guinean, the type of modality is given in the context; (ii) ?ten ku?, ?dibi di? and ?pudi? are auxiliary verbs that express teleological modality in Guinean; (iii) in Guinean, the strong teleological necessity and the weak teleological necessity are expressed preferably by ?ten ku?, followed by ?dibi di?; and the teleological possibility is expressed preferably by ?dibi di?, followed by ?ten ku?. Furthermore, the auxiliary ?dibi di? appears to mark both necessity and possibility, behaving like ?dever? in Portuguese, a dual modal, whose strength is determined by information from the context. Finally, the modal ?pudi? was used at a significantly lower frequency in all contexts, which reveals that it is not preferred in the expression of any force, not even teleological possibility. en
dc.format.extent 196 p.| il., gráfs.
dc.language.iso por
dc.subject.classification Linguística
dc.subject.classification Guineenses
dc.subject.classification Língua portuguesa
dc.subject.classification Língua portuguesa
dc.title A modalidade teleológica no guineense
dc.type Dissertação (Mestrado)


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