Percepções de professores sobre o uso de tecnologias digitais de informação e comunicação no ensino de ciências na rede estadual de Santa Catarina

Abstract

Este trabalho teve como objetivo compreender, de forma qualitativa, o uso das tecnologias digitais de informação e comunicação pelos professores da rede estadual de Santa Catarina no ensino de ciências na educação básica, precisamente no Ensino Fundamental II - Anos Finais e Ensino Médio, e quais as percepções dos professores sobre estes recursos na/para a aprendizagem dos estudantes, considerando seus desafios e possíveis superações por meio das tecnologias. O presente trabalho pauta-se em um referencial que abrange a tecnologia como possibilidade de emancipação e autonomia (Blikstein, 2016), com ressonância na Teoria Crítica da Tecnologia (Feenberg, 2003), juntamente com uma reflexão sobre integração da tecnologia na educação no ensino de ciências (Espíndola e Giannella, 2018, 2019 e 2020). A investigação partiu de uma revisão de similares nos últimos doze anos para compreender e conhecer o que já foi produzido. A partir de um referencial construído com outras publicações do mesmo nível acadêmico que esta, e, também, a partir da produção de Campbell e Abd-Hamid (2012) foi possível formular um questionário, baseado nas questões sobre o uso de tecnologias na educação, enviado aos professores de ciências, biologia, física e química da rede estadual de Santa Catarina. Para analisar estes dados, utilizou-se os métodos de Análise de Conteúdo (AC) (Bardin, 2011) de forma adaptada, com intuito de refletir sobre a integração de tecnologias digitais de informação e comunicação no ensino de ciências, discutindo as indagações que permearam esta dissertação. Conclui-se que as tecnologias são manifestadas nos discursos dos professores respondentes como recursos que alteram a prática no ensino de ciências de forma positiva, entretanto, ainda, faz-se necessário pensar as tecnologias integradas no ensino de ciências com intencionalidades que proporcionam reflexões e diálogos construtivos, pensando a tecnologia de forma crítica. Ainda, precisa-se reivindicar o acesso democrático aos recursos e equipamentos tecnológicos, sendo necessário políticas públicas que orientem o uso das tecnologias digitais e deem melhores condições de trabalho, pautando a formação de professores, a gestão ampliada e toda comunidade escolar.

Abstract: This work aimed to understand, in a qualitative way, the use of digital information and communication technologies by teachers from the state network of Santa Catarina in teaching science in basic education, precisely in Elementary School II - Final Years and High School, and which teachers' perceptions about these resources in/for student learning, considering their challenges and possible overcoming through technologies. This work is based on a framework that encompasses technology as a possibility of emancipation and autonomy (Blikstein, 2016), with resonance in the Critical Theory of Technology (Feenberg, 2003), together with a reflection on the integration of technology in education in teaching of science (Espíndola and Giannella, 2018, 2019 and 2020). The investigation started from a review of similar studies over the last twelve years to understand and learn about what has already been produced. Using a framework constructed with other publications at the same academic level as this one, and also based on the production of Campbell and Abd-Hamid (2012), it was possible to formulate a questionnaire, based on questions about the use of technologies in education, sent to science, biology, physics and chemistry teachers from the Santa Catarina state network. To analyze this data, Content Analysis (CA) methods (Bardin, 2011) were used in an adapted way, with the aim of reflecting on the integration of digital information and communication technologies in science teaching, discussing the questions that permeated this dissertation. It is concluded that technologies are manifested in the speeches of the responding teachers as resources that change the practice of science teaching in a positive way. However, it is still necessary to think about technologies integrated in science teaching with intentions that provide reflections and constructive dialogues, thinking about technology critically. Furthermore, it is necessary to demand democratic access to technological resources and equipment, requiring public policies that guide the use of digital technologies and provide better working conditions, guiding teacher training, expanded management and the entire school community.