Abstract:
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Objetivo: Descrever as desigualdades socioeconômicas referentes ao uso, gastos e comprometimento de renda com a compra de medicamentos em uma população adulta. Métodos: Estudo transversal de base populacional com adultos (n= 2016) residentes na área urbana de Florianópolis, SC em 2009. Realizou-se a seleção da amostra por conglomerados, sendo os setores censitários as unidades primárias de amostragem. Investigou-se o uso de medicamentos e os gastos com sua compra nos 30 dias anteriores à entrevista. Uso, gasto e comprometimento de renda devido a medicamentos foram analisados segundo a renda familiar per capita, a cor da pele auto-referida, idade e o sexo dos indivíduos, através do teste do qui-quadrado, Mann Whitney e Kruskall-Wallis quando pertinente, considerando o efeito de delineamento. Resultados: A prevalência de uso de medicamentos foi de 77,4% (IC95% 74,8-80,0), sendo maior entre as mulheres e naqueles com maior idade. A média de gastos com medicamentos foi igual a R$ 46,70, com valores mais elevados entre as mulheres, naqueles com idade mais elevada e entre os mais ricos. Enquanto apenas 3,6% dos mais ricos comprometeram mais de 15% de seus rendimentos na compra de medicamentos, esse valor chegou a 10,7% nos mais pobres A proporção de pessoas que tiveram de comprar medicamentos após tentativa fracassada de obtenção do SUS foi maior entre o mais pobres, mulheres e naqueles com maior idade. Grande parte dos adultos comprou medicamentos contidos na RENAME (20,1%) e (28,8%), identificando-se diferenças significativas segundo sexo, idade e renda. Conclusão: Existe expressiva desigualdade socioeconômica e de gênero no comprometimento de renda com a compra de medicamentos, com piores condições para os mais pobres e para as mulheres. |