Abstract:
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A enterolitíase está entre os principais distúrbios que acometem o sistema digestório
dos equinos. São concreções mineralizadas que se formam no intestino grosso,
podendo causar obstruções em diversas porções do intestino, como flexura pélvica,
porção terminal do cólon dorsal direito, cólon transverso e o cólon descendente. Os
principais sinais clínicos observados incluem dor abdominal intensa quando em
cólon descendente, anorexia, diminuição da produção fecal, tenesmo, depressão e
distensão abdominal. O diagnóstico sugestivo baseia-se nos sinais clínicos, exame
físico e exames de imagem. A radiografia abdominal pode indicar a presença de
enterólito, como uma estrutura esférica radiopaca, embora a ausência de achados
não exclua a presença do mesmo. O tratamento envolve a remoção cirúrgica através
de celiotomia ventral com subsequente enterotomia, que também atua como
diagnóstico definitivo na maioria dos casos. O presente trabalho objetiva relatar um
caso de enterolitíase em cólon descendente atendido pela Clínica Veterinária
Guadalupe. O animal se tratava de um equino fêmea da raça crioula, com nove anos
de idade e pesando 450 kg, apresentando inapetência, ausência de defecação e
desconforto abdominal. Os achados da radiografia abdominal, junto aos sinais
clínicos e exame físico, indicaram a necessidade de intervenção cirúrgica. Realizou se a remoção do enterólito através de celiotomia mediana ventral seguida de
enterotomia na flexura pélvica e infusão retrógrada de água pela via retal, permitindo
o deslocamento do enterólito do cólon descendente até o cólon ascendente (flexura
pélvica). O animal apresentou recuperação satisfatória, recebendo alta médica após
dez dias do procedimento. |