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O comércio de alimentos de rua é uma prática antiga comum em diferentes locais do mundo. Os alimentos de rua são reconhecidos e apreciados por seus sabores, conveniência, facilidade de acesso e praticidade, além de representarem a cultura alimentar local. No entanto, devido a problemas como a ausência de infraestrutura adequada e práticas de higiene impróprias dos manipuladores, tem se destacado preocupações em relação à qualidade e segurança higiênico-sanitária dos alimentos comercializados. O objetivo do presente estudo foi caracterizar o perfil sociodemográfico de vendedores de alimentos de rua e analisar a qualidade higiênico-sanitária e regulamentar dos alimentos ao longo da cadeia de produção. O estudo foi realizado com 43 vendedores de alimentos de rua em pontos de venda estacionários na região central da cidade de Florianópolis, SC. A coleta dos dados foi realizada por meio de observação direta e de entrevista conduzida com o auxílio de questionário semiestruturado e check list, elaborados e testados previamente. Observou-se a predominância de homens, com idade média de 48 anos e ensino fundamental completo. Dentre os alimentos comercializados, destacou-se a pipoca preparada no ponto de venda, milho verde, cachorro-quente, churrasquinho e doces caseiros, além de bebidas, como água, água de coco, suco industrializado, refrigerantes e bebidas alcoólicas. A maioria dos pontos de venda era do tipo carrinho e estava localizada próximo de estabelecimentos comerciais. As matérias-primas/alimentos eram adquiridas principalmente em atacados/supermercados e com embalagens e rótulos regulamentados. A aparência do alimento adquirido pelo vendedor foi o aspecto que mais contribuiu para a seleção das matérias-primas/alimentos; e o preço, para a seleção dos locais de compra. O transporte das matérias-primas era realizado geralmente de carro e algumas inadequações foram observadas principalmente no que se refere às condições de armazenamento de carnes e embutidos, molhos industrializados, hortaliças, bem como produtos de panificação pré-prontos e prontos. No ponto de venda, a maioria dos alimentos era armazenada e exposta em condições adequadas. No entanto, em 48% dos pontos não havia separação de utensílios para alimentos crus e cozidos ou prontos para o consumo, constituindo risco de contaminação cruzada. A água utilizada para a cocção de alimentos ou higienização das mãos provinha principalmente do domicílio do vendedor e era armazenada normalmente em galões. Em relação às boas práticas de higiene, 95% dos vendedores manipulavam alimentos e dinheiro sem higienizar as mãos e 65% dos vendedores afirmaram lavar as mãos durante a manipulação de alimentos. A frequência de higienização foi baixa, com mediana de três vezes ao dia, sendo que 24% utilizavam apenas água. Apesar de obrigatório por regulamentação municipal, 33% dos vendedores não tinham curso de manipulação de alimentos. Ao longo da cadeia de produção dos alimentos de rua foram observadas inadequações relacionadas às práticas de compras das matérias-primas/alimentos e armazenamento dos alimentos durante o transporte e no ponto de venda, que podem comprometer a segurança dos alimentos comercializados. Por fim, conclui-se ser necessário proporcionar infraestrutura básica e adequada ao vendedor de rua e informá-los sobre as boas práticas de higiene nas etapas da cadeia de produção, bem como sobre sua responsabilidade na segurança dos alimentos. Além disso, destaca-se a necessidade de regulamentações específicas para esse segmento do comércio, visando fiscalização e cobrança das boas práticas de higiene que garantam alimento seguro ao consumidor <br> |
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